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Em um ano, Brasil ganhou 1,3 milhão de pessoas subutilizadas, diz IBGE

A elevada subutilização de mão de obra no mercado de trabalho mostra que o cenário não é tão favorável, mesmo que haja aumento na ocupação e redução no total de desocupados, avaliou Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Apenas em um ano, o Brasil ganhou 1,3 milhão de pessoas subutilizadas.

A taxa de subutilização da força de trabalho subiu a patamar recorde em seis estados brasileiros no segundo trimestre: Maranhão (39,7%), Sergipe (37,6%), Amapá (36,2%), Roraima (24,8%),São Paulo (21,7%) e Rio de Janeiro (20,0%). Na média nacional, a taxa de subutilização foi de 24,6%. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgada nesta quinta-feira, 16, pelo IBGE.

“Mais de um terço da população nordestina está subutilizada (36,1%). Quase um quarto da população brasileira está subutilizada (24,6%). No Sudeste, mais de um quinto está subutilizada (21,7%). Seis estados têm maior taxa de subutilização da força de trabalho da série”, enumerou Azeredo.

Em um ano, o Brasil ganhou 1,3 milhão de pessoas subutilizadas, resultado puxado pelo aumento na população subocupada por insuficiência de horas. São pessoas que trabalham menos de 40 horas semanais, mas gostariam de trabalhar mais e estariam disponíveis para isso.

“A subutilização da força de trabalho está maior que no ano passado. A desocupação está caindo, na comparação interanual, mas o porcentual de pessoas subutilizadas está subindo. O mercado de trabalho vai além do desemprego. São pessoas que poderiam estar trabalhando”, disse Azeredo.

Outro sinal desfavorável no mercado de trabalho é o desempenho do nível de desocupação, que mostra a proporção de pessoas trabalhando entre aquelas em idade para trabalhar. No segundo trimestre, o nível de ocupação estava no menor patamar da série histórica, iniciada em 2012, em sete estados brasileiros: Rio Grande do Sul (57,4%),Rondônia (55,5%), Amazonas (51,6%), Bahia (47,8%), Amapá (47,7%), Maranhão (41,7%) e Alagoas (35,4%). Na média nacional, o nível e ocupação ficou em 53,7% no segundo trimestre.

“Em nenhum estado do Nordeste a população ocupada chega a 50% da população em idade de trabalhar. É consequência do desenvolvimento econômico local. Isso vai se refletir em pobreza, em desemprego”, observou Azeredo.

Outro indicador importante do mercado de trabalho, o total de empregados com carteira assinada no setor privado caiu ao menor nível da série no segundo trimestre nos estados do Rio de Janeiro e de São Paulo.

“Esses estados têm efeito farol. O que acontece neles acontece depois nos outros”, alertou Azeredo.

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