Após duas semanas recheadas de importantes indicadores, decisões e documentos relacionados à economia nacional, como o IPCA-15 de outubro, a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) e a ata deste mesmo encontro da diretoria do Banco Central, a agenda doméstica da próxima semana é bastante fraca para o mercado financeiro, por conta do feriado de Finados na sexta-feira (2). Assim, o principal indicador é balança comercial referente a outubro, prevista para a quinta-feira (1).
A semana começa com o tradicional relatório semanal Focus, documento produzido pelo Banco Central com base nas expectativas de cerca de 100 instituições financeiras para os indicadores econômicos. A previsão inicial do mercado é que a pesquisa possa conter ajustes relacionados ao IPCA, principalmente no curtíssimo prazo, já que, no último dia 23, véspera da divulgação do IPCA-15 deste mês, foi a data crítica para as últimas inserções de estimativas das instituições para o indicador fechado de outubro. Não são descartadas também mudanças relacionadas ao câmbio, uma vez que a moeda norte-americana continua em níveis muito próximos ou abaixo de R$ 1,80.
Na terça-feira (30), a Fundação Getúlio Vargas (FGV) divulgará o IGP-M de outubro. No mês anterior, o indicador continuou pressionado pelos preços agrícolas do atacado e avançou 1,29% ante elevação de 0,98% em agosto. Conforme as parciais do índice em outubro, há um comportamento mais ameno na inflação medida pelo índice, justamente por conta de variações menores dos agrícolas. Na primeira prévia de outubro, o IGP-M subiu 0,84%. No segundo decêndio, apresentou alta de 0,86%.
Na quinta, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) anunciará o resultado de outubro da balança comercial brasileira. Em setembro, houve superávit de US$ 3,471 bilhões, resultado inferior ao de agosto, quando o saldo atingiu US$ 3,535 bilhões. Desde a divulgação do resultado de setembro, o ministério trabalha com uma estimativa de US$ 40,000 bilhões para o acumulado de 2007 no final de dezembro. O número é US$ 5 000 bilhões menor que a previsão anterior e tem como motivo principal o forte crescimento das importações.
Segundo o MDIC, não será feita, na segunda-feira, a divulgação tradicional do resultado da balança referente à quarta semana de outubro. Este dado virá juntamente com os dados fechados do mês. Na terceira semana do mês, a balança registrou um superávit de US$ 469,000 milhões, resultado de exportações de US$ 3,419 bilhões e importações de US$ 2,950 bilhões. No mês, até a terceira semana, o superávit acumulado atingiu US$ 2,012 bilhões. No ano, alcançou US$ 32,959 bilhões.
Também na quinta-feira, a FGV anuncia o IPC-S de outubro. Depois de fechar setembro com uma variação de 0,23%, o índice de inflação ao consumidor se movimentou para o nível de 0,30% nas medições de outubro. Na primeira quadrissemana, subiu 0,34%; na segunda, avançou 0,37% e, na terceira, a taxa desacelerou para 0 30%. Durante o mês, o indicador sofreu impacto de alta da parte in natura do grupo Alimentação, que, a partir da terceira quadrissemana, começou a perder um pouco de força. Na outra ponta, o grupo Habitação amenizou as variações mais expressivas por causa da incidência menor de PIS/Cofins na tarifa de energia elétrica.