O evento que marcou a chegada da BM&FBovespa a Londres, com a abertura de um escritório, veio embalado por toda a pompa da City (o centro financeiro londrino), mas cercado por muita reclamação sobre a taxação do capital externo. O palco foi a Mansion House, residência oficial do prefeito da City. O principal assunto no almoço para cerca de 250 pessoas era o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para o mercado de renda variável. As reclamações entre os investidores, alheios à discussão sobre uma possível bolha nos emergentes, eram generalizadas.
Gestores de recursos afirmaram que, enquanto o imposto durar, darão preferência aos ADRs (american depositary receipts, como são chamadas as ações de empresas não norte-americanas negociadas nas bolsas dos Estados Unidos). Eles acreditam que os bancos passarão a oferecer produtos de derivativos de balcão aos investidores, como forma de driblar o IOF. Os investidores se mostraram inconformados com a decisão do governo – sem levar em consideração que medidas para conter a apreciação de moedas emergentes possam ser discutidas neste fim de semana pelos ministros do G-20 (as 20 maiores economias do mundo) reunidos na Escócia.
Também participaram do evento o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, e o presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles. “O evento tem um significado simbólico importante, porque o BNDES e a BM&FBovespa são os dois grandes agentes de financiamento do Brasil, não só no presente como no futuro”, disse Meirelles. O escritório da BM&FBovespa será comandado pela executiva Cathryn Lyall. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.