Para o presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Paulo Rabello de Castro, em termos de produção e renda per capita, “desde 2014 temos andado apenas para trás”. E, mesmo para o futuro, as projeções não são animadoras. “Ainda não é possível visualizar, com alguma segurança, quando e com que vigor sairemos do nevoeiro da recessão econômica e do abismo do desemprego crescente”, afirmou em evento promovido pelo instituto.

continua após a publicidade

As previsões negativas faziam parte do discurso do presidente do IBGE, distribuído por escrito. Acompanhado do ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, Rabello preferiu suprimi-las de sua fala, porque considerou o texto excessivamente longo.

continua após a publicidade

Rabello e Oliveira participaram da abertura da 3a Conferência Nacional de Produtores e Usuários de Informações, a Infoplan, no Rio. Na maior parte do seu discurso escrito, o presidente se ateve a destacar a importância do planejamento para os governos e afirmou que é preciso reconhecer com humildade que, “só por isso nos propomos a colaborar como parte do governo do presidente Michel Temer”. Em sua opinião, o País perdeu eficiência nos últimos anos por falta de planejamento.

continua após a publicidade

“Quem planeja não regride, como lamentavelmente temos regredido, inclusive na principal escala calculada pelo próprio IBGE, o PIB nacional e dos Estados”, afirmou no discurso. Rabello classificou como alarmante que, por quase quatro anos, até 2017 o País viva um retrocesso, fruto da “incapacidade coletiva de nos organizarmos como comunidade nacional. Ele disse ainda que, no Brasil, “nem sabemos muito bem, estatisticamente falando, quem toma e se apropria de que pedaço da renda nacional”.

Ele reivindica ainda a revisão do marco legal do sistema de informações do País, para garantir ao IBGE uma posição de destaque no planejamento nacional. A vontade de Rabello é que o instituto atue para alimentar um centro planejador do governo, composto por um núcleo de ministérios e demais entes de primeiro escalão responsáveis pela condução do País.