A crise da indústria naval brasileiro pode ser medida pelo número de funcionários que o setor deixou de empregar. Dados do Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval) mostram que a indústria foi reduzida quase à metade em menos de dois anos. Ao fim de 2014, eram mais de 82 mil empregados; o total caiu para 43 mil em junho.

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O cenário traçado pelo sindicato mostra que a indústria naval está voltando a ser o que era nos idos de 2009, não só pelo número de funcionários, mas também pelo perfil dos equipamentos produzidos no País.

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“Fornecimentos de sondas de perfuração construídas no Brasil não estão mais na pauta”, diz relatório. Porém, existe um mercado perene nos segmentos de reparo, apoio portuário (rebocadores portuários e navios de abastecimento), balsas, embarcações de transporte de passageiros e comboios para transporte fluvial de grãos, minérios, fertilizantes e combustíveis.

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A crise do setor foi causada não só pelos escândalos de corrupção esmiuçados pela Lava Jato, mas também por um cenário internacional desafiador. Os preços do petróleo caíram drasticamente e a demanda mundial arrefeceu. Dados da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) mostram que a capacidade industrial dos estaleiros no mundo ficou ociosa. Em 2008, a capacidade estava tomada em 85%, caindo para 56% em 2014. Isso mostra que os estaleiros brasileiros que agora tentam se recuperar da derrocada da Sete Brasil terão forte concorrência para novos contratos.

Além disso, a Petrobras está cancelando encomendas. De acordo com o Sinaval, existem indícios de que a estatal pode cancelar os dois últimos cascos que estão sob o contrato do estaleiro Rio Grande. Além disso, a Transpetro cancelou a encomenda de 17 navios, afetando sobretudo o estaleiro EAS.

Em nota, a Petrobras informou que não há nenhum projeto de plataformas de produção de óleo previsto no seu Plano de Negócios e Gestão 2015-19 que tenha sido cancelado. Ela diz que foram renegociados contratos e adotadas medidas para a continuidade dos projetos. “A companhia informa que está em elaboração o seu novo plano de negócios, que será divulgado em breve.”

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.