Enquanto a tendência mundial no setor energético é discutir a substituição gradativa de combustíveis fósseis por fontes renováveis de bioenergia, o Brasil desponta como um dos precursores na utilização de matrizes energéticas alternativas. ?No País, cerca de 45% do setor é de energia renovável?, diz o diretor da STCP Engenharia de Projetos, Ivan Tomaselli, um dos palestrantes do II Congresso Internacional de Bioenergia, que começou ontem em Curitiba e vai até amanhã.
Aproveitando o viés ambiental que toma conta das discussões sobre o assunto, o evento reúne especialistas técnicos, empresários e ONGs para discutir o programa brasileiro de uso de bioenergia, o mercado de créditos de carbono, o aproveitamento de lixo urbano e industrial na geração de energia e, especialmente, a biomassa, que são as sobras do setor madeireiro. ?A sobra da utilização de serrarias e de madeira de corte, juntamente com o carvão, é responsável por quase metade da geração de energia industrial no País?, lembra Tomaselli.
Ele destaca o interesse mundial em encontrar substitutos para o petróleo, mas aponta que, por mais que se fale em energia eólica e biodiesel, atualmente as melhores alternativas são a madeira e o carvão. ?Claro que esta discussão também se pauta pela questão econômica. Porém, imagine que o preço do barril do petróleo caia para uns US$ 30 (atualmente beirando os US$70). Nesse caso o apelo ambiental acaba ficando secundário, nenhum governo irá competir com isso?, provoca Tomaselli.
Serviço
O II Congresso Internacional de Bioenergia acontece no centro de eventos CIETEP/FIEP em Curitiba. Mais informações pelo telefone (41) 3362-1180.
