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Em Davos, líderes da Europa mostram cautela sobre retomada econômica da região

Em uma clara diferença com o sentimento otimista entre executivos dos Estados Unidos, autoridades e líderes corporativos europeus reunidos em Davos mostraram-se preocupados com o que será um ano importante no continente, em meio a uma onda de populismo e eleições nacionais em algumas das principais economias, que poderiam ameaçar a já modesta retomada na região.

Vice-presidente da Comissão Europeia para a zona do euro, Valdis Dombrovskis disse em entrevista que todos os 28 países da União Europeia devem crescer neste ano, mesmo a Grécia. O crescimento na zona do euro deve acelerar de 1,5% neste ano para 1,7% em 2018.

De fato, o Produto Interno Bruto (PIB) da UE finalmente está acima dos níveis anteriores à crise, enquanto o desemprego no bloco caiu para os níveis de 2009. A dívida dos governos e os déficits também diminuem. “A recuperação econômica, embora muito modesta, é resistente a diferentes fatores de risco, a incerteza política sendo um deles”, afirmou Dombrovskis.

As eleições na Alemanha, na França e possivelmente na Itália, porém, podem atrapalhar essa recuperação, especialmente se partidos populistas – muitos deles contrários à moeda comum – continuarem a avançar. Embora investidores e analistas esperem que o Banco Central Europeu (BCE) prossiga com a redução de seu programa de compra de bônus, fatos políticos poderiam mudar isso.

“Se algo der errado, o BCE poderia inundar os mercados para estabilizar”, disse Oliver Bäte, executivo-chefe da seguradora alemã Allianz. “Nós precisamos estar preparados para esse cenário também.”

No curto prazo, a incerteza política tende a frear as contratações, disse Stefano Scabbio, diretor para o sul da Europa da Manpower. Na Espanha, por exemplo, a forte geração de vagas vista nos últimos anos perdeu fôlego recentemente enquanto os partidos políticos brigavam para formar um novo governo.

A ameaça do terrorismo também é citada como ameaça para uma recuperação mais robusta na Europa. Os hotéis Marriott na França “ainda não se recuperaram”, segundo o executivo-chefe da rede, Arne Sorenson.

A Itália, terceira maior economia da zona do euro, continua a ser um grande freio para a região, com crescimento muito mais baixo que países como a Alemanha ou mesmo a Espanha. Um grande problema continua a ser seu sistema bancário, que tem 200 bilhões de euros (US$ 187,6 bilhões) em empréstimos inadimplentes, o que dificulta os novos empréstimos. O ministro da Economia da Itália, Pier Paolo Padoan, afirmou que deseja ver esse montante cair pela metade, mas a redução levará tempo. Fonte: Dow Jones Newswires.

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