Em ata, BC projeta cumprimento de superávit primário

O Banco Central (BC) afirma, na ata da reunião de janeiro do Comitê de Política Monetária (Copom), que considera, no cenário central, o cumprimento da meta de superávit primário de 3,0% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2011. A estimativa leva em conta a meta “sem ajustes”, cita o texto, divulgado hoje. “Conforme parâmetros constantes do Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias”, completa. Para 2012, “admite-se como hipótese de trabalho um superávit primário de 3,1% do PIB”. O superávit primário representa a economia para o pagamento dos juros da dívida pública.

De acordo com o documento, “o Copom reafirma que seu cenário central para a inflação leva em conta a materialização das trajetórias com as quais trabalha para as variáveis fiscais”. “Importa destacar que a geração de superávits primários compatíveis com as hipóteses de trabalho contempladas nas projeções de inflação, além de contribuir para arrefecer o descompasso entre as taxas de crescimento da demanda e da oferta, solidificará a tendência de redução da razão dívida pública sobre o produto”.

Inflação em 2011

A projeção oficial de inflação em 2011 feita pelo BC no chamado cenário de referência subiu em relação à estimativa feita no início de dezembro e “se encontra acima do valor central de 4,5% para a meta fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN)”, conforme consta na ata da reunião de janeiro. Em dezembro, o número já estava acima do valor central da meta. No cenário de referência, o BC leva em conta as hipóteses de manutenção da taxa de câmbio em R$ 1,70 e da Selic (a taxa básica de juros da economia) em 10,75% ao ano em todo o horizonte relevante.

No cenário de mercado, que leva em conta as previsões de câmbio e juros coletadas pelo BC entre os analistas, a estimativa para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2011 “também se elevou e se encontra acima do valor central da meta para a inflação”. Para 2012, a projeção para a inflação “se encontra acima do valor central da meta” no cenário de referência e “ao redor da meta” no cenário de mercado.

Commodities

O Copom reconhece ainda que os preços de “importantes commodities” se elevaram desde a última reunião em dezembro. Diante dessa avaliação, os diretores do BC avaliam que “a trajetória dos índices de preços mostra elevação de pressões inflacionárias em algumas economias relevantes, enquanto tendem a se exaurir preocupações com a perspectiva de deflação em outras”.

No parágrafo 22, a ata trata do quadro internacional e cita que, para o Copom, “a volatilidade e a aversão ao risco permaneceram elevadas desde sua última reunião, em parte, alimentadas pelos extraordinários níveis de liquidez global e pelas perspectivas de que esse processo possa eventualmente se acentuar”.

Para o BC, continuam “altas as preocupações com dívidas soberanas de países e de bancos europeus e com a possibilidade de desaceleração na China”. Mas, ao mesmo tempo, cresceu a confiança “na sustentabilidade da recuperação da economia norte-americana”.

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