O Comitê de Política Monetária (Copom) reconheceu que os dados existentes evidenciam uma melhora na atividade da indústria, do comércio e do mercado de trabalho desde a última reunião do grupo, em outubro.
Em avaliação feita na ata da última reunião do Copom, divulgada hoje, os diretores do Banco Central (BC) afirmam que “continuam se acumulando sinais de recuperação do crédito, em especial no que se refere aos empréstimos para pessoas físicas”.
Em sua última reunião, o Copom manteve a Selic (a taxa básica de juros da economia) em 8,75% ao ano. A ata divulgada hoje esclarece a visão dos diretores do banco central sobre o atual momento da economia. No documento, eles observam que a confiança dos consumidores e dos empresários “também exibe sinais consistentes de recuperação”.
Para o Copom, as condições da economia deverão ser beneficiadas “pela distensão das condições financeiras”. Essa avaliação constava na redação da ata de outubro, mas foi acrescentada pela observação de que a distensão financeira será favorecida “pelas políticas dos bancos oficiais”.
Nos últimos meses, instituições como Banco do Brasil, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e Caixa Econômica Federal aceleraram os empréstimos a pedido do governo federal para manter a economia aquecida.
Deflação
Na ata, o Copom afirmou ainda que o comportamento da demanda interna continua contribuindo para conter o risco de repasses de pressões de alta dos preços do atacado para o varejo. Os diretores da autoridade monetária destacaram, inclusive, que os índices de inflação no atacado “voltaram a registrar deflação nos últimos meses”.
Os diretores observaram que o eventual repasse de pressões do atacado para o consumidor “dependem de forma crítica das expectativas dos agentes econômicos para a inflação”.
Nesse sentido, os diretores observam que as expectativas de inflação para 2010 e 2011 “se mantêm em patamares consistentes com a trajetória de metas e continuam sendo monitoradas com particular atenção”.