Os 4,1 mil metalúrgicos da Volvo em Curitiba estão em greve por tempo indeterminado. A decisão foi tomada em assembleia na frente da fábrica, na manhã de ontem, com presença de 1,5 mil empregados. Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC), os funcionários recusaram a oferta de R$ 15 mil na Participação nos Lucros e Resultados (PLR) e abono salarial de R$ 6 mil, além de 2,51% de aumento real, igual ao índice de 2011. Os manifestantes exigem PLR de R$ 18 mil além de 3% de aumento real mais a inflação do período, para salário e abono.
“Lamentamos a atitude da Volvo em manter a mesma proposta do ano passado. Nós queremos o caminho do diálogo, mas a Volvo continua irredutível e opta pela direção contraria”, avalia o presidente do SMC, Sérgio Butka. O sindicato espera que a empresa apresente uma nova proposta para reabrir as negociações. Nova assembleia na manhã de hoje decidirá se a paralisação continua ou não.
Situada na Cidade Industrial de Curitiba (CIC), a Volvo fabrica ônibus e caminhões para o mercado brasileiro, Chile e México. Com a paralisação, a linha de produção deixará de produzir 8 ônibus e 108 caminhões por dia. Só no Brasil, a montadora vendeu 20.806 caminhões no ano passado, número 29% superior ao de 2010.
Em nota, a empresa se diz frustrada com a greve. “Durante as negociações, a Volvo inclusive acenou com a possibilidade de alguma correção sobre esta proposta em parâmetros racionais, mas o Sindicado dos Metalúrgicos manteve-se irredutível em seu pedido”, relata o comunicado. Para a montadora, “a proposta de R$ 18 mil de PLR que está sendo imposta pela entidade é fora da realidade de mercado”. Segundo a Volvo, mesmo sem a correção, “se todas as metas para 2012 forem cumpridas os trabalhadores com os menores vencimentos receberão, entre PLR e abono, mais 12,3 salários, totalizando mais de 25 salários no ano”.