Após reclamar, protestar e brigar muito porque o preço do café não pagava o custo de produção, quem vive dessa cultura tem agora motivo para voltar a sorrir. Em oito meses o valor da saca de 60 quilos disparou mais de 50% e hoje ela já é vendida a R$ 400, preço considerado satisfatório pelos produtores.

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O motivo para a valorização foi, principalmente, a seca recorde enfrentada em Minas Gerais – maior Estado produtor do País – e as temperaturas acima da média para o período de cultivo, fatores que causaram uma quebra de até 30% em algumas lavouras.

O mercado estimava uma produção de 60 milhões de sacas no Brasil, mas ela deve ficar em 40 milhões de sacas, quantidade menor até que a projeção da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), cuja estimativa era de 53 milhões de sacas.

O aumento no preço do café é sentido diretamente nos contratos futuros do tipo arábica negociados no exterior. A questão da disponibilidade do produto é o que preocupa o mercado internacional e o que tem jogado o preço para cima. A preocupação não se resume à quebra da safra de 2014 no Brasil, mas principalmente à possibilidade de que problemas climáticos venham a derrubar também a safra de 2015.

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No Triângulo Mineiro, o preço pago ao produtor subiu 57% desde novembro do ano passado, período em que ainda estava no auge a pior crise do setor cafeeiro em 40 anos. Naquele mês o valor recebido pela saca do café arábica não chegava a R$ 250. A situação se repetia no interior paulista, que também teve suas principais regiões produtoras prejudicadas pela estiagem.

Por isso, apesar da alta do preço agora, ainda será preciso recuperar a grande perda de 2013. E isso vale apenas para o cafeicultor que ainda não comercializou sua produção, já que muitos não tiveram como esperar que o preço subisse e venderam a mercadoria antes em contratos futuros e a preços bem mais baixos.

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Projeção

A apreensão no mercado internacional foi assunto do The Wall Street Journal, dos Estados Unidos, na quarta-feira, 30 de julho. Falando ao periódico, o presidente executivo do Conselho Nacional do Café (CNC), Silas Brasileiro, confirmou que deverão ser colhidas 40 milhões de sacas de 60 quilos nas safras 2014 e 2015 do Brasil.

O problema maior, segundo ele, foi a falta de chuva no início deste ano nos Estados de Minas Gerais São Paulo e Espírito Santo. Com 90% de água a menos em algumas regiões, os grãos de café ficaram menores e não é possível saber se as plantas vão se recuperar para a colheita em 2015. Isso sem contar que há a necessidade de uma quantidade maior de grãos para se encher uma saca por estarem pequenos.

A reportagem do jornal atribuiu a alta no preço à expectativa de uma oferta menor pelo Brasil. Já o Conselho Nacional do Café garante que não faltará mercadoria, mas prevê um preço mais alto para recompensar o produtor. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.