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Em 2018, País terá muito a mostrar em Davos, diz Trabuco

Cheio de previsões otimistas para o Brasil, como expectativa de inflação abaixo do centro da meta e crescimento de 2,3% anualizado em julho do ano que vem na comparação com igual período deste ano, o presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco Cappi, avaliou que as projeções feitas durante o Fórum Econômico Mundial de Davos no ano passado nem de perto se concretizaram. “Um ano atrás, quem brilhava nos corredores aqui era o ex-primeiro-ministro inglês David Cameron”, citou. “Quem imaginava que ia acontecer o Brexit?”, questionou, sobre o referendo britânico que decidiu pela saída do Reino Unido da União Europeia, levando à renúncia de Cameron.

Para o principal executivo do Bradesco, os sinais passados na edição anterior do evento não foram verificados, como petróleo cotado a US$ 20 e minério de ferro a US$ 27. “Me impressionei na ocasião porque o estoque de crédito da cadeia de óleo e gás é tão intenso que o custo da dívida seria maior do que a geração de caixa. Um ano depois, o minério está a US$ 70 e o petróleo, acima de US$ 60”, comparou. Ele disse ainda que Donald Trump não era assunto nos painéis nem a volta do populismo.

No Brasil, houve, segundo ele, uma mudança de quase de 180 graus no modelo econômico. “A economia era baseada na oferta e em parâmetros não adequados e, com o governo Temer, foi possível voltar a conceitos básicos”, considerou. “É surpreendente ver o alinhamento entre Meirelles e Ilan”, disse, citando o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn.

Segundo ele, há cinco anos o País tinha dois comandantes da economia, além do Planejamento, e com formas diferentes de trabalho. “As políticas não tinham sintonia e isso redundou em um custo enorme para o Brasil. O País tem condições de voltar a Davos em 2018 com muitas coisas a mostrar. Aqui tive a convicção de que o investidor não abandonou o Brasil. O que quer é coerência para continuar investindo. O mercado estabeleceu um risco muito razoável para o Brasil e o dólar reflete isso.”

Participante de um almoço do governo com investidores, Trabuco relatou que foram muitas as perguntas a Meirelles sobre a efetividade da reforma da Previdência. “O governo apresentou uma proposta de reforma necessária, porque a possível é sempre um remendo, mas a necessária foi provocada e isso vai fazer preço no mercado e reduzir o custo Brasil e renovar a confiança do investidor no País. O Brasil é uma boa aposta”, afirmou.

Alinhado com o discurso do governo, a avaliação do presidente do Bradesco é a de que o País está saindo do processo recessivo. “O segundo semestre vai surpreender. Quando chegar a julho de 2018 e comparar com julho de 2017, o Brasil estará crescendo acima de 2,3%. Chegamos ao fundo do poço, mas não tinha armadilha porque o diagnóstico do ajuste fiscal foi feito. O mercado vai precificar favoravelmente o País.”

Para ele, também é um sinal positivo a aceleração do afrouxamento monetário feito pelo BC. Trabuco acredita que a inflação está ancorada e deve surpreender, ficando abaixo de 4,5% este ano. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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