O comércio varejista mostrou redução no volume de vendas em 26 das 27 Unidades da Federação em 2016, segundo os dados da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O único Estado a escapar do vermelho foi Roraima, com avanço de 1,2% em relação a 2015. As perdas mais intensas do ano foram registradas no Pará (-13,1%), Rondônia (-12,3%) e Bahia (-12,1%).
No varejo ampliado, que inclui as atividades de veículos e material de construção, também houve perdas em 26 as 27 Unidades da Federação, com destaque para Amapá (-16,3%), Espírito Santo (-15,0%), Pará (-14,0%) e Tocantins (-13,1%). Roraima, com avanço de 0,7%, foi o único estado que mostrou avanço nas vendas em 2016 também no comércio varejista ampliado.
Maiores impactos
De acordo com o IBGE, as vendas dos hipermercados e supermercados recuaram 3,0% na passagem de novembro para dezembro de 2016, maior impacto negativo sobre o total do varejo no mês, que registrou retração de 2,1%.
Os demais resultados negativos foram verificados em Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-3,9%); Móveis e eletrodomésticos (-2,5%) e Livros, jornais, revistas e papelaria (-1,1%).
O destaque positivo foi o segmento de Combustíveis e lubrificantes (2,1%), que mostrou avanço após oito taxas negativas seguidas, período em que acumulou uma perda de 6,0%. Também houve expansão em Equipamentos de escritório, informática e comunicação (1,9%); Tecidos, vestuário e calçados (0,1%); e Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (0,1%).
No comércio varejista ampliado – que inclui as atividades de veículos e material de construção – a ligeira queda de -0,1% nas vendas em dezembro ante novembro foi fruto de resultados positivos de Veículos e motos, partes e peças (1,8%) e Material de construção (2,1%), que amenizaram o impacto negativo de supermercados.
Atualização
A PMC passará por uma atualização da base, tendo como referência o ano de 2014. Além disso, haverá uma ampliação da amostra de informantes, selecionados a partir da Pesquisa Anual do Comércio de 2014, informou o IBGE. Atualmente, a base é o ano de 2011.
A nova referência já será usada na próxima divulgação, com os dados de janeiro de 2017. A amostra também passará por uma revisão, informou Isabella Nunes, gerente da Coordenação de Serviços e Comércio do IBGE. A mudança prevê a manutenção de 60% dos atuais informantes, mas renovação dos 40% restantes. A amostra também será ampliada de pouco mais de 5.800 informantes atuais para 6.150 empresas informantes.
“É uma amostra mais atual, e uma estrutura de peso também mais atual. A recomendação internacional diz que de cinco em cinco anos a gente deve fazer isso. A gente está trabalhando com (intervalo de) três anos”, explicou Isabella. “A nova estrutura só vamos saber nos resultados de janeiro de 2017”, completou.
A próxima divulgação da PMC está prevista para o dia 30 de março.