O novo Grupo Pão de Açúcar, que nasce da compra do Ponto Frio e da união com as Casas Bahia, transformou completamente a estrutura da empresa. Originado de um armazém de secos e molhados, o grupo ganhou força vendendo alimentos em seus supermercados. Mas, agora, mais da metade da sua receita virá da venda de eletroeletrônicos e eletrodomésticos – se somadas as vendas de Casas Bahia, Ponto Frio, Extra Eletro e das seções de eletrônicos dos hipermercados Extra.
Projeções feitas por duas consultorias a pedido do Estado indicam que a fatia de eletrodomésticos e eletroeletrônicos passa de 50% da receita total do novo Grupo Pão de Açúcar, estimada em R$ 38,981 bilhões, com base na soma dos faturamentos de 2008. Cálculos da Mixxer Desenvolvimento Empresarial indicam que as vendas de eletrodomésticos e eletrônicos representarão 52% da receita total, enquanto os alimentos, itens de higiene e limpeza, utilidades domésticas e produtos de bazar responderão por 48%.
Já nas contas da Felisoni Consultores Associados, a proporção dos bens duráveis e semiduráveis na receita total do grupo será maior e deverá representar 60%. A diferença de oito pontos porcentuais entre as duas projeções se deve a inclusão, no segundo cálculo, da receita proveniente da venda de itens de utilidades domésticas, vestuário e bazar.
“A ênfase do negócio mudou, de alimentos para não alimentos”, afirma Claudio Felisoni, diretor da consultoria e presidente do Conselho do Programa de Administração do Varejo (Provar). Eugênio Foganholo, diretor da Mixxer Desenvolvimento Empresarial, observa que, em seis meses, da compra do Ponto Frio fechada em junho deste ano à união com as Casas Bahia, anunciada na semana passada, o Grupo Pão de Açúcar praticamente dobrou de tamanho e entrou num novo ramo de negócio. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.