A Eletrobras divulgou hoje comunicado em que comenta a proposta apresentada pela companhia para a compra de 21,35% do capital da EDP, fatia hoje detida pelo governo de Portugal. No comunicado, a empresa destaca que o projeto estratégico proposto tem por objetivo fortalecer as duas companhias, considerando a convergência e complementaridade estratégica de seus negócios.

continua após a publicidade

“No caso da EDP, a proposta permite que a empresa venha a ser a maior geradora de energia eólica no mundo e tenha ainda fortalecida a sua posição estratégica na Península Ibérica e na Europa”, explica a estatal brasileira. Já para a Eletrobras, diz o comunicado, a aliança representaria “um avanço na sua visão de ser, em 2020, o maior sistema empresarial global de energia limpa”.

A companhia afirma ainda que sua proposta possibilita, ainda, à EDP, a expansão em dois dos mercados de energia elétrica que mais crescem no mundo: a América do Sul, especialmente no Brasil, e a África, com ênfase nos países de língua portuguesa. O acesso a financiamento concedido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) também é citado pela Eletrobras, para quem tal recurso possibilitaria reverter o perfil de sua dívida de curto prazo.

“A Eletrobras, em todo o processo de negociação com a Parpública, com a EDP e com representantes dos demais acionistas da empresa, em nenhum momento cogitou associar-se a qualquer outra empresa de energia para a gestão da EDP”, acrescentou a empresa.

continua após a publicidade

A imprensa portuguesa vem publicando notícias indicando que a proposta feita pela fatia da EDP teria como condição a elevação do limite ao direito de voto da EDP para 32%, tema que seria levado à Assembleia Geral do Acionistas da empresa portuguesa. A porcentagem seria correspondente à soma das posições que Portugal colocou à venda e da Iberdrola, atual maior acionista da EDP. Desta forma, acomodaria a aliança que teria sido acertada com a elétrica espanhola.

Esse acordo seria uma extensão de outro negócio já apadrinhado pelo governo de Dilma Rousseff, que permitiria à Iberdrola passar a controlar a brasileira Neoenergia, conforme informações do jornal Valor Econômico. A Iberdrola aumentaria a sua participação atual de 39% na Neoenergia para cerca de 60%, por compra de ações ao Banco do Brasil e ao fundo de pensões Previ. Já o BNDESPar entraria como sócio estratégico da Neoenergia. BNDES, Previ e BB negaram a operação.

continua após a publicidade