O governo deverá receber menos de R$ 10 bilhões no processo de “descotização” das usinas da Eletrobrás, afirmou ontem o ministro interino de Minas e Energia, Paulo Pedrosa em evento no Rio. Até o fim da semana o governo deverá enviar o montante preciso ao Planejamento, para a composição do Orçamento da União.
A proposta do governo federal é permitir que a Eletrobrás venda a valores de mercado a energia de hidrelétricas antigas que hoje operam em um chamado “regime de cotas”, com baixos preços. A Eletrobrás pagaria um bônus para o governo em troca da descotização das usinas, que se tornariam mais lucrativas. A arrecadação prevista no processo é de R$ 20 bilhões, estima a pasta, e será igualmente dividida entre o Tesouro, a companhia e o consumidor.
Segundo Pedrosa, o modelo fechado da privatização não será finalizado ainda nesta semana. A ideia é que a Eletrobrás faça uma emissão, capte recursos e seja diluída. O ministro interino e secretário executivo do MME frisou que nada impede que a União faça uma emissão secundária, diluindo ainda mais sua participação. A ideia seria levantar um dinheiro adicional com as ações, preservando uma fatia e a Golden Share.
“O que tem definido é que a União deixa de ser controladora. Esse movimento busca melhorar a governança do setor”, afirmou. Pedrosa diz que há estimativas que apontam que a participação do governo na companhia, hoje avaliada em R$ 12 bilhões, se aproximaria de R$ 40 bilhões. “Mesmo vendendo a metade (de sua fatia), a União continuaria com mais dinheiro na Eletrobras do que tem hoje, desde que a companhia atingisse a valorização que uma gestão eficiente daria a ela.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.