Eletrobras deve participar de leilão de usinas, mas não será protagonista

A Eletrobras deve participar do leilão de hidrelétricas previsto para o dia 6 de novembro, mas não será protagonista do certame, afirmou nesta terça-feira, 20, o presidente da estatal, José da Costa Carvalho Neto. “Não devemos ser um participante, vamos dizer assim, protagonista. Temos algumas propostas de participarmos de algumas sociedades”, disse após participar da abertura do XVI Congresso Brasileiro de Energia, no Rio.

“Alguém sempre nos procura pela experiência de operação e manutenção, pela infraestrutura que temos para operar e fazer manutenção, a expertise que temos. Então, pode ser que se encontre equação onde seja boa a participação do grupo Eletrobras. Mas não vamos ser protagonistas desse certame”, frisou o executivo, sem dar pistas de quais usinas estão na mira da empresa.

Segundo Carvalho Neto, o “DNA” da Eletrobras é mais focado em assegurar expansão da oferta de energia no País a partir de novas unidades geradoras. Por isso, apesar de o leilão incluir “ativos interessantes”, a estatal não deve ter grande participação no certame.

“São (interessantes), por isso que estamos analisando. Mas para a Eletrobras é muito importante assegurar a expansão. Esse é um ponto básico para ela, especialmente nesses projetos estruturantes, trabalhando junto com iniciativa privada”, afirmou o presidente da estatal.

O leilão inclui 29 hidrelétricas, incluindo Ilha Solteira e Jupiá, que eram operadas pela Companhia Energética de São Paulo (Cesp). Só as duas podem render R$ 13,8 bilhões aos cofres do governo. No total, o certame deve render R$ 17 bilhões em outorgas à União, uma cifra importante para aliviar o caixa do governo.

Celg

Carvalho Neto afirmou também que a Eletrobras trabalha para concluir ainda este ano a venda da Companhia Energética de Goiás (Celg). “(O processo de venda) Está andando bem, estamos fazendo de tudo para ver se conseguimos terminar neste ano ainda”, disse.

O cronograma previsto inicialmente atrasou, segundo o executivo, devido ao processo de análise da venda pelo Tribunal de Contas da União (TCU), já concluído. Agora, a Eletrobras aguarda o aval da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) ao contrato de venda. “Estamos lutando para que seja este ano. Mas há prazos que não vão depender só da gente”, afirmou Carvalho Neto.

Ainda segundo o presidente da Eletrobras, “há muitos interessados” na compra da Celg. A receita com a venda da distribuidora é importante para que a estatal melhore seu caixa. Além disso, a operação deve puxar a venda de ativos no setor elétrico, já que a Eletrobras vem desenvolvendo estudos para a venda de outras distribuidoras federalizadas, segundo o presidente da estatal.

Angra

Para Carvalho Neto, o reajuste de 28,3% pleiteado pela Eletrobras para a tarifa de energia gerada pelas usinas térmicas Angra 1 e 2 pode ajudar a dar “condições melhores” para a construção da usina Angra 3. A obra está suspensa por 90 dias, prazo que pode ser estendido até 120 dias.

“Ajuda na composição para Angra 3 (o reajuste). A obra está suspensa por 90 dias. Pode passar até 120 dias. Mas nesse período a gente quer ver se tem uma solução para o caso. Ele (reajuste) não é para Angra 3, mas naturalmente melhora o caixa e aí pode dar uma condição melhor”, disse.

“Ainda tem aqueles financiamentos com a Caixa, com o próprio BNDES. Estamos procurando ter uma melhor flexibilidade desses financiamentos. E com essa composição toda, ajuda e melhora a viabilidade dessa obra”, acrescentou o presidente da Eletrobras.

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