Eletricitários da região de Londrina, que fazem parte da linha de frente de operação da Companhia Paranaense de Energia (Copel), entram em greve por tempo indeterminado a partir de hoje. Eles contestam a alteração na forma de pagamento da dupla jornada – eletricista e motorista -, que provocou redução nos salários dos trabalhadores.
?Com esta paralisação, nosso objetivo é que a empresa reabra o canal de negociação?, afirmou o presidente do Sindicato dos Eletricitários de Londrina e Região (Sindel), Renê Mortari. Desde o dia 16 de maio, quando houve paralisação de algumas horas, a categoria já estava em estado de greve. Segundo Mortari, a Copel apresentou uma contraproposta no dia 14 de junho, votada e rejeitada pelos trabalhadores em assembléia.
Na região, a greve deve estar dividida em quatro frentes: em Londrina, Apucarana, Ivaiporã e Centenário do Sul. A região conta com cerca de 900 funcionários, sendo que 350 são diretamente atingidos pela alteração da dupla-função. Os funcionários que vão parar, explicou Mortari, são aqueles que atendem diretamente os consumidores, fazendo ligações novas e atendendo emergências como queima de fusível e de transformadores.
Maringá
Em Maringá, a categoria decidiu entrar em greve a partir da próxima quarta-feira, dia 18. Segundo Jonas Braz, diretor do Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas de Energia Elétrica de Maringá e Região Noroeste (Steem), o salário médio de um eletricista é R$ 1 mil. Quem recebia por dupla função – ou seja, como motorista -, o salário tinha acréscimo entre R$ 450,00 e R$ 600,00. ?Com a nova sistemática, essa diferença média de R$ 500,00 caiu para R$ 100,00?, apontou. Na região de Maringá, quase 600 trabalhadores foram atingidos.
Desde abril, a Copel instalou aparelhos nos veículos que controlam horário e quilometragem. Com isso, a empresa só paga por dupla função quando de fato o veículo estiver em movimento. ?Quando o eletricista está em campo trabalhando, o veículo está sob a sua responsabilidade. Por isso, a Copel tem de remunerar todo o período em trabalho?, defende Braz. Desde a década de 80, os eletricistas recebem pela hora dirigida, proporcionalmente a meio salário de motorista, com limite de oitos horas diárias.
Os eletricitários do Paraná estão representados em 11 entidades sindicais. Algumas delas – como a de Curitiba, Cascavel, Ponta Grossa – optaram em entrar na Justiça a promover paralisação.
Copel
A Copel, através da assessoria de imprensa, afirmou que ?não vê motivo para nenhum tipo de manifestação, uma vez que o equipamento automatizado não é para controlar pessoas, mas para o gerenciamento de frota da empresa.? A Copel garantiu que a população não deixará de ser atendida.