As distribuidoras de energia estimam que a intervenção do governo no reajuste das tarifas deverá provocar um prejuízo de cerca de R$ 1 bilhão para as empresas. A informação é do presidente da CPFL (que distribui energia no interior de São Paulo), Wilson Ferreira Júnior, que participou de reunião de representantes de distribuidoras com a ministra Dilma Rousseff (Minas e Energia), em Brasília.
Nesta semana, o governo decidiu adiar por mais 12 meses o repasse da variação cambial de parte dos custos de quatro distribuidoras, impedindo um reajuste ate 6 pontos percentuais maior de tarifas.
Segundo o presidente da CPFL, Wilson admitiu que o levantamento ainda é preliminar e que a estimativa de perdas pode cair se o dólar continuar caindo nos próximos meses.
Por isso, na reunião com a Abradee (Associação brasileira d distribuidores de Energia Elétrica) a ministra pediu um levantamento mais detalhado sobre o impacto do bloqueio do repasse da variação cambial.
De acordo com José Gabino, um dos representantes da Abradee na reunião, a medida ??surpreendeu?? os distribuidores, que concordaram em elaborar um estudo mais aprofundado.
Ele também informou que uma comissão do governo vai avaliar as possibilidades de compensação para evitar um agravamento ainda maior da crise das empresas de energia, que, segundo a consultoria Economática, tiveram um prejuízo total de R$ 10 bilhões no ano passado.
Anteontem, o presidente do BNDES, Carlos Lessa, afirmou que será avaliada a possibilidade de criação de um programa especial para atender as empresas de energia com recursos do Tesouro Nacional.
