Enquanto candidatos ao Planalto e ao Congresso prometem disputar parte dos mais de R$ 20 bilhões anuais do Sistema S para outras áreas, o novo presidente da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), José Roberto Tadros, promete lutar para blindar o orçamento dos serviços sociais e de aprendizagem (Sesi, Senai, Senac, Sesc, Sest, Senar e Sebrae) tocados pelas principais entidades representantes do empresariado brasileiro.

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“Assim que tomar posse, em novembro, irei procurar os governantes eleitos para fazer uma defesa consistente do Sistema S. É preciso lembrar a eles que se trata de recursos privados que são empregados pelas confederações dos setores da economia em ações que deveriam caber ao Estado. Ou seja, assumimos esse papel sem ônus algum para o governo”, afirma Tadros, que assumiu o cargo na última quinta-feira. Na segunda, ele se reunirá com o presidente Michel Temer.

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O executivo rechaça a avaliação de que a aplicação dos recursos do Sistema S seria pouco transparente, sendo às vezes até mesmo chamada de uma “caixa preta” por especialistas em orçamento. “Isso é uma inverdade e uma injustiça. O Sistema S é altamente fiscalizado, com um conselho fiscal formado por cinco membros indicados pelo governo e dois pelos empresários. Também há fiscalização regular pela Controladoria Geral da União (CGU) e pelo Tribunal de Contas da União (TCU)”, argumentou.

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O Sistema S foi concebido na década de 1940 para promover capacitação de mão de obra, cultura e lazer para o trabalhador. Custeado pela contribuição das empresas, passou a ser administrado pelas federações patronais, que recebem uma espécie de “taxa de gestão”.

O presidente do Sebrae, Guilherme Afif Domingos, afirmou na semana passada que vai defender com “unhas e dentes” o dinheiro para a entidade e evitar que uma parcela seja usada para o órgão que vai cuidar da manutenção dos museus.

Tadros também pretende reforçar junto à nova equipe econômica a necessidade de uma simplificação tributária que seja acompanhada de uma redução de impostos sobre a lucratividade das empresas, alinhando o sistema brasileiro às práticas internacionais. “Vimos que o corte de impostos para pessoas jurídicas nos EUA está dando bons resultados. O Brasil ficou caro demais na comparação com esses outros países e estamos perdendo capacidade de investimento”, acrescentou.

O empresário avaliou ainda que uma menor tributação sobre o lucro das firmas possibilitaria o aumento da base salarial dos trabalhadores. “Precisamos acabar com essa mentalidade colonial de que o trabalho deve ser mal remunerado. Mas para isso é preciso haver mais liberdade e segurança jurídica para que se possa empreender no País.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.