Estado com maior Produto Interno Bruto (PIB) do País, São Paulo replica internamente as desigualdades nacionais. Em 2007, 77% da riqueza paulista se concentrava no eixo ao longo das rodovias Presidente Dutra e Anhanguera-Bandeirantes. É o que mostra a pesquisa “PIB dos Municípios Paulistas”, da Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade), realizada em conjunto com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

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Só a Região Metropolitana de São Paulo era responsável em 2007 por 56,4% do PIB do Estado, seguida de longe pelas regiões administrativas de Campinas (15,7%) e São José dos Campos (5,2%). Em seguida, vieram a regiões administrativas de Sorocaba (4,9%), Baixada Santista (3,9%), Ribeirão Preto (2,5%) e São José do Rio Preto (2,3%). Os 9,1% restantes estavam distribuídos entre outras oito regiões.

“A concentração persiste, a despeito de esforços como os incentivos fiscais, porque é difícil modificar componentes estruturais como proximidade de portos, infraestrutura e mesmo mercado consumidor”, comentou Sinésio Pires Ferreira, diretor adjunto de Análise e Disseminação de Informações do Seade.

É no eixo Anhanguera-Dutra, em um raio de 100 quilômetros da Capital, que se agrupa a maior parte da atividade industrial e de serviços do Estado. O município de São Paulo, sede do maior parque industrial da América Latina, responde sozinho por 26% da produção industrial, seguido por São Bernardo, com 4%, e São José dos Campos, com 3,5%. No setor de serviços, São Paulo fica com 40%, seguido de Osasco, com 3,6%, e Barueri, com 3,2%. De acordo com a Fundação Seade, a distribuição do PIB de serviços coincide com o da indústria por ter grande parte de sua demanda ligada ao setor de manufatura.

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Quando se analisa o PIB por município, verifica-se que apenas seis deles respondem pela metade da riqueza paulista: São Paulo, Guarulhos, Campinas, São Bernardo do Campo, Barueri e Osasco. Na outra ponta, dos 645 municípios do Estado, 443 foram responsáveis pela geração de apenas 5% da riqueza.

De acordo com a Fundação Seade, há uma tendência de aumento da concentração da atividade econômica nas cinco principais regiões (São Paulo, Campinas, São José dos Campos, Sorocaba e Baixada Santista), que geraram 84,6% do PIB estadual em 2002, quando a primeira pesquisa foi realizada, e passaram a 86,1% em 2007.

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Os dez maiores municípios segundo o PIB em 2007, eram, pela ordem: São Paulo, Guarulhos, Campinas, São Bernardo do Campo, Barueri, Osasco, Santos, São José dos Campos, Jundiaí e Santo André. Ribeirão Preto, que em 2006 estava na décima posição, caiu para 11ª em favor de Jundiaí, que subiu duas posições. Os cinco menores PIBs eram os de Pracinha, Nova Guataporanga, Torre de Pedra, Guarani D’Oeste e Santana da Ponte Pensa.

Agropecuária

Ao contrário da indústria e dos serviços, o grau de concentração da produção agropecuária é pequeno no Estado de São Paulo, de acordo com a pesquisa “PIB dos Municípios Paulistas – 2007”. Os dez maiores municípios desse setor respondem por 12% da produção de riqueza agrícola do Estado. Na indústria e serviços, por exemplo, só o município de São Paulo é responsável por 26% e 40%, respectivamente. “Há uma dispersão da atividade agropecuária pelo o Estado que não ocorre em outros setores”, afirma Lígia Duarte, analista de projetos do Seade.

Um dado interessante do PIB agropecuário paulista é que no ranking dos dez mais ricos apenas um – Morro Agudo – é dedicado à produção de cana-de-açúcar como atividade principal. Os demais são produtores de laranja, pela ordem: Aguaí, Casa Branca, Itapetininga, Mogi-Guaçu, Itapeva, Itápolis, São Miguel Arcanjo, Morro Agudo, Botucatu e Limeira. “Isso ocorre porque há grande concentração da produção da fruta em poucos municípios”, diz Lígia.

Cabe ressaltar que outras cidades do ranking apresentam maior diversificação, como Itapetininga, grande produtor de aves, cereais e batata, e Itapeva, com produção importante de batata e cereais.