A decisão do governo de dobrar a alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), de 1,5% ao ano para 3%, terá impacto insignificante no valor das prestação de um bem comprado no crediário, segundo o vice-presidente da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Contabilidade e Administração (Anefac), Miguel Ribeiro de Oliveira. Nas suas contas, a alta na prestação será de centavos, insuficiente para frear o consumo. O aumento do IOF foi anunciado ontem pelo governo.

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A pedido da reportagem, o especialista calculou quanto seria a prestação de uma geladeira, cujo preço à vista é de R$ 1,5 mil, financiada em 12 vezes, com juros 5% ao mês e IOF de 1,5% e com a nova alíquota de 3%. Ribeiro de Oliveira observa que a prestação passaria dos atuais R$ 113,59 para R$ 114,42, com acréscimo de R$ 0,83 por mês. Após 12 meses, o consumidor desembolsará R$ 9,96 por causa do aumento do imposto.

“O consumidor não vai deixar de comprar a prazo por causa do IOF maior”, afirma Ribeiro de Oliveira. Ele ressalta que apenas uma redução de prazos poderia fazer cair a venda financiada. Outra simulação feita pelo especialista mostra que, se em vez de dobrar o IOF o governo cortasse pela metade o parcelamento, isto é, de 12 para 6 vezes, a prestação dessa mesma geladeira subiria de R$ 113,59 para R$ 296, com acréscimo de R$ 182,41. “Isso sim teria efeito na contenção do consumo.”

Já para o economista-chefe da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Marcel Solimeo, a decisão de ontem de dobrar o IOF para crédito à pessoa física mostra que o governo não tem estratégia clara de como vai desacelerar o consumo. “Isso é ruim para o mercado e para o empresário que precisa trabalhar com um certo grau de previsibilidade para fazer estoques e planejar as vendas.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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