Educação exerce maior pressão sobre o ICV de janeiro

A inflação do grupo Educação e Leitura encerrou janeiro com alta de 7,17%, configurando na maior pressão sobre o Índice do Custo de Vida (ICV) do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). O ICV no mês subiu 1,32%, mostrando uma aceleração de 0,82 ponto porcentual sobre a inflação de 0,50% registrada em dezembro do ano passado.

Os preços no âmbito do grupo Educação e Leitura sempre são reajustados no começo do ano e em 2012 não fugiu à regra, segundo a coordenadora do ICV, Cornélia Nogueira Porto. Os cursos formais foram reajustados em 8,35%, em média. As mensalidades nas escolas de educação infantil foram aumentadas em 10,17%; ensino fundamental, em 9,90%; ensino médio, em 9,88% e superior, em 6,80%. Cornélia chamou a atenção também para os aumentos dos preços dos livros didáticos (8,98%), jornais (8,45%) e cursos de língua (7,45%).

“Os serviços de escolas e restaurantes aumentaram mais que no ano passado”, observou a coordenadora do ICV-Dieese. A alimentação fora do domicílio teve seus preços reajustados em 1,22%, com a refeição tendo sido aumentado em 1,20% e os lanches, em 1,24%.

O Dieese apurou também altas de 1,99% no grupo Habitação, variação de 0,61% na Alimentação, reajuste de 0,94% na Saúde e alta de 0,88% no grupo Despesas Pessoais. Os grupos Equipamentos Domésticos e Transporte fecharam com quedas de 0,49% e 0,16%, respectivamente.

Pressionando os mais pobres

A composição dos preços em janeiro pressionaram as famílias de menor renda mensal, segundo mostra o Índice do Custo de Vida (ICV) calculado pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Enquanto o índice geral contabilizou alta de 1,32% no mês passado, a inflação para as famílias que percebem a menor renda mensal, de R$ 377,49, subiu 0,37%.

Para as famílias com renda de R$ 934,17, o ICV registrou aumento de 0,43%. O maior aumento, de 1,11% ficou para as famílias do chamado estrato 3 de renda, que percebem mensalmente renda média de R$ 2.792,90. “As contribuições no cálculo da inflação, originárias na Educação e Leitura, afetaram mais as famílias de maiores rendas”, afirma a coordenadora do ICV-Dieese, Cornélia Nogueira Porto.

Também contribuíram para o aumento da inflação dos mais ricos os reajustes nos preços dos serviços domésticos. A contribuição destes serviços para a inflação das famílias com maior poder aquisitivo em janeiro foi de 0,57 ponto porcentual, enquanto que para os estratos 1 e 2 as pressões foram de, respectivamente, 0,23 e 0,30 ponto porcentual.

Já os aumentos registrados nos preços dos alimentos, pressionaram mais as famílias de menor renda. A contribuição da alta dos alimentos para a inflação destas famílias foi de 0,31 ponto porcentual. Para as famílias de renda intermediária, a contribuição foi de 0,25 ponto porcentual e para as mais ricas, de 0,13 ponto porcentual.

A mesma disposição vale para o grupo Saúde, cujo aumento contribuiu em 0,15 ponto porcentual para a composição da inflação dos mais pobres: em 0,11 ponto para as de renda intermediária e com 0,09 para os mais ricos. A queda na inflação do grupo Transporte, proveniente da diminuição nos preços dos combustíveis, beneficiou mais as famílias pertencentes aos 2º e 3º estrato, com contribuições idênticas de -0,003 ponto porcentual. Já as famílias do 1º estrato foram afetadas com 0,01 ponto porcentual.

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