Educação é prioridade no orçamento familiar

Um ano depois de concluir a faculdade, Guilherme, de 23 anos, dá os primeiros passos no mercado de trabalho. Agora, com renda própria, ele consegue dimensionar melhor o tamanho do investimento de seus pais durante toda a sua vida escolar e acadêmica. O irmão, Eduardo, 22, a um ano da formatura em Administração na ESPM-SP, também sabe o peso da mensalidade de seu curso nas contas da casa. Enquanto financiavam a educação dos dois filhos, Homero, que é administrador de empresas, e Ester Mendes, advogada, comprometeram mais de 40% da renda da família.

Homero explica que eles optaram pela educação privada desde que os filhos iniciaram a vida escolar. Os gastos se tornaram mais robustos quando o filho mais velho decidiu fazer a graduação fora do Brasil. Os três anos cursando Ciências Políticas e Cinema em Paris, ao mesmo tempo que o irmão frequentava uma universidade privada em São Paulo, foram os mais apertados do orçamento da família. “Nós matávamos um leão por dia para dar educação aos dois”, lembra Homero. Ele explica que os gastos com lazer foram cortados imediatamente. “Paramos de viajar para manter o Guilherme na França e garantir a faculdade do Eduardo aqui”, completa.

Ainda assim, o pai pretende continuar auxiliando os filhos na formação acadêmica. “Se eles quiserem uma pós-graduação, nós vamos ajudar”. Para Homero, investimento em educação é o melhor a se fazer pelos filhos. “O Guilherme voltou da França falando mais de seis idiomas, com uma formação maravilhosa, coisa que ele não teria no Brasil”, avalia.

Já Maria Luísa, de 10 anos, Maria Eugênia, 8 anos, e João Francisco, 5 anos, podem não saber, mas seus pais investem de 15% a 20% da renda para a educação deles. A mãe, Fabíola Cammarota de Abreu, e o pai, Cláudio de Abreu, advogados e pós-graduados, esperam que os filhos tenham uma formação equivalente ou superior à que tiveram.

Eles acreditam que um futuro profissional promissor depende de uma boa formação no ensino básico, o que os levou a escolher uma escola particular de São Paulo. “Infelizmente o ensino público é complicado. Eu queria um lugar com boa qualidade de estudo e boa infraestrutura”, conta Fabíola. Línguas estrangeiras também são um grande investimento: os filhos são fluentes em inglês e a mais velha já fala espanhol.

Os pais esperam que os meninos cursem uma universidade e façam um intercâmbio, mas não têm preferência pelo ensino superior público ou privado. Como a maioria dos brasileiros, os pais não poupam especificamente para os gastos com educação no futuro, mas há uma poupança geral para a família.

Fabíola afirma que os gastos são elevados, mas não interferem no modo de vida deles. “Se o custo fosse menor, talvez nós poupássemos mais e viajássemos mais”, reflete a mãe, que não acredita que esse seja um problema. Ela pensa na educação como um investimento constante: “Se tem algo de valor que eu possa deixar para os meus filhos é a educação”. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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