O brasileiro vai entrar em 2009 na luta para afastar o fantasma do desemprego que voltou a assombrar a economia, no rastro da crise internacional. A taxa de desemprego interrompeu em novembro a curva de queda. Está em 7,6%, deve passar de 7,8% este ano e, no ano que vem, ficar em torno de 8,5% da população economicamente ativa, segundo consultorias ouvidas pelo Estado. A massa salarial deve se manter estável, com crescimento pouco acima de zero, sem passar de 1,5%.
O crescimento da informalidade é um cenário que se desenha com contornos mais definidos para o próximo ano. Caso a economia cresça 3% – prognóstico que está no rol dos mais otimistas – deverão surgir 300 mil empregos informais, calcula Claudio Dedecca, pesquisador do Grupo de Economia do Trabalho da Unicamp.
A crise financeira encontrou o mercado de trabalho brasileiro em um de seus melhores momentos: com aumento das vagas formais e elevação do rendimento. “O mercado de trabalho está muito arrumado”, diz Cimar Azeredo, gerente da pesquisa mensal de emprego do IBGE. Isso pode amenizar o baque da crise, mas não contê-la. “A situação é preocupante. Desde 2002 não tínhamos essa notícia (aumento da taxa de desemprego) em novembro”, lamenta.
Para o economista da LCA Consultores, Fábio Romão, o efeito da crise não será tão avassalador sobre o desemprego. “O emprego vai desacelerar, o índice de desemprego vai subir, mas não vai voltar aos níveis de 2006 e 2007, que foram respectivamente 10% e 9,3%.” Segundo ele, o pior momento será o primeiro trimestre. “A indústria, principalmente a metalúrgica, fará cortes de pessoal, assim como a construção civil”. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
