Apesar da fraqueza nos números da balança comercial da China em fevereiro, ante igual mês do ano passado, analistas avaliam que é preciso ponderar o fato de que o feriado do Ano Novo Lunar distorce a comparação. Ainda assim, alguns economistas mostraram cautela com o cenário econômico no país, após o dado.

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“Nós suspeitamos que a queda nas exportações reflete em grande medida distorções sazonais, devido a mudanças anuais no momento do Ano Novo Lunar”, afirmou Julian Evans-Pritchard, economista da Capital Economics. Segundo ele, em 2015 o feriado caiu mais tarde no calendário, o que é incomum. Isso significa que a aceleração antes do feriado para atender as encomendas ocorreu mais em fevereiro no ano anterior, o que não se repetiu neste ano. Em março, Evans-Pritchard prevê uma “forte reação” no crescimento das exportações chinesas.

Já o economista Louis Kuijs, da Oxford Economics, acredita que as quedas de dois dígitos nas exportações e nas importações refletem em grande medida o recuo nos preços das commodities e afirmou que o volume das exportações negociadas com outros países na verdade tem aumentado ao longo dos últimos meses. “Isso significa que nós não estamos tão pessimistas sobre as perspectivas de curto prazo para a balança comercial e a demanda doméstica chinesa como estão alguns”, escreveu Kuijs em nota a clientes. Segundo ele, a competitividade das exportações da China permanece inalterada, o que deve reduzir certos temores de que as autoridades recorreriam a uma rápida depreciação do yuan para fortalecer a competitividade.

Uma avaliação menos positiva veio da Nomura, após a maior queda nas exportações da China desde 2009. “O impulso do crescimento tornou-se novamente mais fraco no primeiro trimestre”, disse o economista Yang Zhao, da Nomura. Segundo o analista, haverá fortes ventos contrários para o crescimento do país neste ano.

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Na avaliação do economista Zhang Fan, da RHB Research, há poucos sinais de que o comércio da China com o restante do mundo se tornará positivo nos próximos meses, já que tanto a demanda externa quanto a doméstica devem permanecer fracas. De acordo com Zhang, neste momento em que Pequim tenta reestruturar a economia chinesa, não é surpreendente que o país tenha desistido de metas para o crescimento do comércio e mudado o foco político para fortalecer a demanda doméstica. O economista espera que o yuan se enfraqueça em cerca de 1 ponto porcentual ante o dólar a cada três meses, mas essa depreciação da moeda não deve dar um forte impulso às exportações chinesas.