Economista sugere aumentar superávit primário

O economista Luiz Gonzaga Belluzzo propôs ao governo elevar o superávit primário do setor público – economia para o pagamento de juros da dívida – para ajudar a política monetária no controle da inflação. Belluzzo participou na quarta-feira da semana passada de reunião de conselheiros econômicos com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Segundo ele, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, apoiaram a idéia, mas Lula não se manifestou, apenas ouviu as opiniões.

"Falei que é necessário subir o primário para ter uma maior coordenação entre as políticas monetária e fiscal. A inflação tem subido, em parte por commodities, mas também por conta do aquecimento da demanda. Não se pode ser tolerante com a inflação e o juro não é o único instrumento", afirmou Belluzo.

Ele disse que a proposta apresentada ao governo é que superávit fique entre 4,5% e 5% do Produto Interno Bruto (PIB). A meta do governo prevista na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) é de 3,8%. No acumulado dos últimos 12 meses encerrados em março deste ano, o superávit ficou em 4,46% do PIB. Ou seja, ao invés de reduzir a economia do início do ano, como vinha anunciando o Tesouro Nacional, o governo apertaria mais o cinto.

O economista e conselheiro do presidente destacou que o maior primário não significaria uma redução nos investimentos públicos. Para ele, o desempenho fiscal do governo no início do ano, com superávit elevado e ao mesmo tempo expansão dos investimentos, mostra que é possível ampliar a economia fiscal sem descuidar dos gastos do PAC.

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