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Economista morre aos 75 anos no Rio de Janeiro

A matéria enviada no dia 13 de dezembro continha uma incorreção no texto e no título. O pesquisador e professor Regis Bonelli faleceu aos 75 anos, e não aos 74 anos, como constou. Segue texto corrigido e ampliado:

Faleceu nesta quarta-feira, 13, aos 75 anos no Rio, o pesquisador e professor Regis Bonelli, figura central na produção acadêmica em economia. Bonelli trabalhou com os economistas Pedro Malan e Edmar Bacha, integrantes da equipe que elaborou o Plano Real, no início dos anos 1990. Por alguns de seus pares, foi descrito como preciso no recolhimento de dados sobre o crescimento econômico e hábil em organizar instituições.

Engenheiro formado na Pontifícia Universidade Católica do Rio (PUC-Rio), Bonelli trabalhou no Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea), no Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na PUC-Rio, no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e na Fundação Getulio Vargas (FGV).

A carreira na pesquisa em economia começou nos anos 1960, como pesquisador do então Escritório de Pesquisa Econômica Aplicada, que daria origem ao Ipea. Suas linhas de pesquisa se debruçaram especialmente sobre a indústria, o crescimento econômico e a produtividade, lembrou Bacha, amigo há 50 anos: “O Regis tem uma característica meio única aqui no Brasil: uma vida inteira dedicada a entender, com precisão, o que se passou na experiência de crescimento econômico. Era uma preocupação muito única com a precisão da informação.”

Segundo o economista, que foi presidente do IBGE na década de 1980, Bonelli combateu, assim, uma tradição do “achismo” no debate econômico no Brasil. Para Bacha, o amigo deixou sua marca no IBGE, de onde foi diretor-geral na mesma época.

Dos anos 1960 aos anos 1990, Bonelli manteve suas pesquisas como técnico do Ipea. Em 1969, foi escolhido pelo órgão para fazer doutorado no exterior, na Universidade da Califórnia, em Berkeley, onde defendeu a tese em 1972, com uma pesquisa sobre mudança tecnológica na indústria. Partiu ao lado do amigo Malan, à época colega no Ipea.

“Retornamos no início dos anos 1970 para dedicação à pesquisa econômica e participar do debate público ao longo do lento processo de gradual abertura política do País”, diz o discurso feito por Malan por conta das homenagens pelos 70 anos de Bonelli, em 2012.

No Ipea, no IBGE e, desde 2008, no Instituto Brasileiro de Economia da FGV, onde também trabalhou na criação do Comitê de Datação de Ciclos Econômicos (Codace), Bonelli demonstrava sua capacidade de “construir instituições” e “jogar em time”, disse o amigo e também colega Armando Castelar. “Era a pessoa que mais organizava livros”, disse Castelar, lembrando também do lado pessoal do amigo.”

Bonelli deixa os filhos Laura, Rodrigo e João, e as netas Maria, Julia e Nina. O velório será hoje, no Memorial do Carmo, no Cemitério do Caju, Capela 7, a partir das 9 horas, informou a FGV.

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