Carlos Magno Bittencourt diz que para sair do vermelho é prevenir e traçar estratégia para quitar as dívidas. O economista conta que ao fazer empréstimo consignado para abater os débitos é uma das saídas para os devedores. “Operações consignadas podem ser interessantes, já que os juros são muito menores que os do cheque especial”, avalia.
Usar o 13.º salário também é uma solução apontada pelo economista. “Estamos na reta final do ano e usar esse ganho extra é interessante para abater dívidas à vista. A dica é pagar os débitos maiores com juros maiores. Com planejamento e conhecimento das taxas é possível sair do vermelho”, diz Bittencourt.
Abuso no cheque especial
Número assustador, divulgado pelo Banco Central (BC) no início deste mês, mostra que o brasileiro anda abusando do cheque especial. Segundo os números, só no mês de agosto os correntistas usaram R$ 1,184 bilhão do cheque especial, em média, por dia. No mês, o saldo da dívida com os bancos ficou em R$ 21,095 bilhões.
Apesar das recentes reduções dos juros do cheque especial, a modalidade ainda tem taxas altas. Em agosto, de acordo com o BC, a taxa ficou em 148,6% ao ano, com redução de 2,4 pontos percentuais em relação a julho e 39,5 pontos percentuais na comparação com o mesmo mês de 2011.
Juros
De acordo com o economista Carlos Magno Bittencourt, conselheiro do Conselho Regional de Economia do Paraná e professor de economia da PUCPR, a falta de informação dos consumidores em relação às taxas de juros é o principal fator para alto endividamento no cheque especial. “Hoje vivemos no cenário onde há excesso de oferta de crédito. E com isso, a pessoa não se preocupa com os juros embutidos no valor do produto. Só pensa se a parcela caberá ou não no orçamento”, afirma. “A renda do brasileiro se dilui no pagamento desses juros”, completa.