Os vocábulos “esperança” e “história”, como observa a influente revista inglesa, são dois vocábulos usados com freqüência no país quando a conversa envolve a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva. “O novo presidente enfrenta um Congresso difícil, investidores cautelosos e uma fome popular por mudança. Lula já fez história ao se tornar o primeiro presidente de esquerda eleito no Brasil por maioria esmagadora. Sinal de como a democracia brasileira amadureceu é que ninguém se surpreende com o fato de que não há nenhum movimento vindo das Forças Armadas, que governaram o país de 1964 a 1985”, destaca a “Economist”.
Apesar de o pais respirar esperança, Lula deverá enfrentar, logo a partir de fevereiro, muitos desafios e problemas, prevê a revista semanal. Ele assume o cargo no momento em que a dívida pública líquida do país assusta os credores estrangeiros, quando representa cerca de 60% do PIB (algo em torno de US$ 250 bilhões), a dívida externa (pública e privada) está em cerca de US$ 165 bilhões e a inflação bate à porta dos dois dígitos, pela primeira vez, desde 1995.
“O teste de confiança acontecerá logo em fevereiro, quando o FMI deverá rever o empréstimo de US$ 30 bilhões ao Brasil. Tudo caminha para a adoção de rígidas políticas monetária e fiscal”, sublinha a “Economist”.