O chefe da missão do FMI (Fundo Monetário Internacional) que está no Brasil para analisar o acordo mantido pelo País com o Fundo, Charles Collyns, disse ontem que há indícios claros de que a economia brasileira está se recuperando. “A missão vai muito bem. A economia está se recuperando fortemente e ganhando corpo. As projeções são muito positivas”, disse Collyns, ao sair da sede do Ministério da Fazenda, em Brasília, após manter reuniões com técnicos do Tesouro e do Banco Central.
A missão do Fundo está no País para analisar as contas do governo e o cumprimento das metas acertadas com a instituição, entre elas a de cumprir um superávit primário de 4,25% do PIB (Produto Interno Bruto) neste ano, no acordo assinado com o Fundo e que termina no final deste ano.
No mês de junho, o FMI já havia aprovada a sétima revisão do acordo, de US$ 40 bilhões. A revisou possibilitaria o saque imediato de US$ 1,3 bilhão, mas o governo brasileiro optou por não utilizar os recursos. O Brasil também manifestou em várias ocasiões que não pretende renovar o acordo com o Fundo.
Nos primeiros meses do semestre, o Brasil já havia conseguido economia mais que o exigido pelo FMI na conta do superávit. Entre janeiro e maio, o setor público economizou R$ 38,268 bilhões para o pagamento de juros – R$ 5,568 bilhões a mais do que deveria ser acumulado em todo o primeiro semestre.
O superávit primário obtido até agora por União, estados, municípios e estatais equivale a 5,87% do PIB (Produto Interno Bruto, total de riquezas produzidas no país). Isso aconteceu por conta do aperto fiscal realizado nos últimos meses. Com isso, o Brasil antecipou em um mês a meta.
O objetivo do governo é economizar, ao longo de todo o ano de 2004, um mínimo de R$ 71,5 bilhões – ou 4,25% do PIB. De janeiro a maio de 2003, o superávit do setor público ficou em 6,22% do PIB do período, o equivalente a R$ 36,980 bilhões.