A economia dos Estados Unidos se expandiu em ritmo moderado em julho e agosto, disse o Federal Reserve nesta quarta-feira, um sinal de que o país pode prosseguir em sua trajetória de fraco crescimento no terceiro trimestre. No relatório conhecido como Livro Bege, uma avaliação das condições econômicas regionais, a maioria dos distritos viu crescimento “modesto” ou “moderado” nos dois últimos meses. A sondagem coletou informações sobre a atividade econômica entre o começo de julho e 29 de agosto, de 12 Feds distritais. Os entrevistados disseram esperar que o crescimento continue em ritmo moderado nos próximos meses.
A maior parte dos distritos relatou mercados de trabalho apertados, com aumento moderado das contratações. A pressão salarial continuou aumentando, principalmente para trabalhadores com habilidades específicas como engenheiros e certos trabalhadores de construção. Isso, no entanto, não se traduziu em pressão inflacionária significativa. A alta dos preços foi considerada leve de maneira geral.
O consumo, que tinha sido um dos pilares do crescimento econômico no segundo trimestre, teve pouca mudança na maioria dos distritos, com exceção de uma ligeira desaceleração nas vendas de automóveis em cinco distritos. As vendas de automóveis foram recorde em 2015 e continuam fortes, mas ainda não se sabe se esse ritmo é sustentável.
A atividade de manufatura teve leve aumento na maioria dos distritos. O setor parecia ter se estabilizado na primavera e no verão do Hemisfério Norte, embora um relatório divulgado na semana passada tenha mostrado uma contração em agosto.
A atividade no setor de moradias também continuou se expandindo, mas o Livro Bege mostrou que a oferta limitada estava afetando o ritmo de vendas em alguns distritos. O setor de imóveis comerciais também continuou crescendo, de acordo com o relatório.
Segundo o Livro Bege, as vendas de serviços não financeiros se aceleraram no período coberto pela sondagem, com crescimento da demanda em restaurantes, por serviços de saúde e por serviços de pessoal. No entanto, um índice de atividade do setor de serviços publicado ontem mostrou uma forte queda em agosto, para o menor nível em mais de seis anos. Mesmo assim, o setor, que é responsável pela maior parte dos empregos nos EUA, continuou crescendo no mês passado, embora em ritmo mais lento do que em julho.
De acordo com bancos, a qualidade do crédito continuou “favorável” na maior parte dos distritos. A demanda por empréstimos aumentou em ritmo moderado, de maneira geral, embora tenha variado bastante de um distrito para outro. Em Dallas e Kansas City, distritos com indústrias maiores de energia, algumas empresas de petróleo e gás relataram dificuldades para obter crédito. No período, entrevistados também relataram demanda menor por produtos relacionados a energia, embora o relatório tenha notado “alguns sinais de estabilização”. Enquanto isso, uma possível safra recorde pesou sobre os preços de produtos agrícolas.
O Comitê Federal de Política Monetária (Fomc) se reúne nos dias 20 e 21 de setembro para decidir sobre os juros no país. A presidente do Fed, Janet Yellen, disse no fim de agosto que o argumento pelo aumento da federal-funds rate vem ganhando força nos últimos meses. No entanto, mais de dois terços dos economistas ouvidos por uma sondagem do The Wall Street Journal em agosto esperavam um aumento dos juros apenas em dezembro. Fonte: Dow Jones Newswires.