Economia passa por ?transformação silenciosa?

O ministro da Fazenda, Antônio Palocci, disse ontem que ?uma transformação silenciosa? está acontecendo com a economia brasileira. Otimista, ele afirmou durante solenidade de lançamento do projeto-piloto de integração dos caixas eletrônicos do Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, que o Brasil pode ser uma ?nação rica?, ?mais forte? e ?competitiva? no contexto mundial.

?Não é exagero afirmar isso. Quem conhece o comércio do Brasil com o exterior, quem conhece as condições de competitividade do produto brasileiro no conjunto dos demais países percebe que o Brasil é vocacionado a ser um dos principais países do mundo?, disse.

Sem mágica

Palocci alertou, no entanto, que um lugar de destaque na economia mundial não será alcançado ?com um passe de mágica ou com uma política miraculosa?, mas deve ser perseguido com ?perseverança e persistência?.

Na avaliação do ministro, o País iniciou no ano passado um ?ciclo de crescimento que tem tudo para ser sustentável, de longo prazo e forte?, diferente das idas e vindas da economia no passado.

?O desafio maior que o País tem hoje diante de si não é apenas garantir um ou outro aspecto novo na política econômica, mas definitivamente o Brasil abandonar a história que nos marcou por muitas décadas de crescimento com interrupções: de freadas e arrancadas?, afirmou.

Segundo o ministro, o País já cresceu a taxas fortes em outros períodos, mas teve muita dificuldade de construir instrumentos de inclusão e acesso e de fazer com que o crescimento beneficiasse o conjunto das famílias e não apenas uma parcela das famílias. ?Isso é o que há de novo e importante no processo atual?, completou.

Herança

Palocci reconheceu que parte da transformação teve início ainda no governo passado, cujas ações relacionadas ao sistema financeiro ganharam impulso no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

?Fizemos um conjunto grande de medidas que compõe um verdadeiro programa. Os bons analistas já perceberam que o crédito consignado (com desconto em folha) e outras políticas são uma revolução no sistema de crédito. Os maus analistas ainda não perceberam, mas vão perceber.?

Ele considerou ainda que o acesso ao sistema bancário por parte de mais de 4 milhões de pessoas, possibilitado pelas regras de contas especiais criadas em 2003, teve repercussão na renda e nas condições financeiras das famílias, que deixaram a ?convivência com taxas de juros extraordinárias e que atingiram a sua renda?.

Construção

Antônio Palocci reafirmou que a construção civil é um dos compromissos do presidente Lula, e terá nos bancos federais, e certamente nos bancos privados, um ponto de apoio fundamental para que o processo de crescimento que o Brasil experimenta neste momento, além de permitir uma forte inclusão das pessoas.

?Recentemente, vocês devem estar observando que uma grande transformação está ocorrendo também no crédito imobiliário. Novos e amplos recursos estão disponíveis para o setor da construção civil. Novas regras estão disponíveis para o sistema na construção civil, e o setor, que vinha de duas décadas de queda, pôde, no ano passado, ter um primeiro ano de respiro, de alívio e de crescimento?, disse Palocci, ao participar da solenidade que deu início ao compartilhamento de terminais eletrônicos entre o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal. 

Bradesco também quer compartilhar

O Bradesco deverá ser o primeiro banco privado a compartilhar sua rede de atendimento eletrônico com o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal. Os dois bancos federais lançaram ontem, em Brasília, o sistema ?Bancos Integrados?, que prevê o compartilhamento de seus terminais eletrônicos externos (localizados em shoppings, aeroportos e supermercados), ou seja, aqueles instalados fora das agências.

Dessa forma, o cliente do BB poderá realizar operações nos caixas eletrônicos da Caixa, e vice-versa. Segundo o presidente da Caixa, Jorge Mattoso, o compartilhamento de terminais eletrônicos está sendo negociado com vários bancos privados, mas as conversas com o Bradesco ?têm avançado mais?.

Durante os próximos 90 dias, os terminais eletrônicos externos (em shoppings, aeroportos e supermercados) da Caixa e do BB em Brasília (DF), Recife (PE) e Curitiba (PR) poderão ser utilizados por clientes de conta corrente e poupança dos dois bancos, inicialmente para operações de saldo e saque.

O compartilhamento dos terminais eletrônicos acertado por meio de convênio entre a Caixa e o BB vai possibilitar aos dois bancos uma economia de aproximadamente R$ 250 milhões por ano, segundo estimativas preliminares. Esses valores poderão ser ainda mais significativos com a integração de outros bancos. Os presidentes da CEF e do BB disseram que a redução de custos será repassada aos consumidores, mas eles não souberam informar de que forma isso irá ocorrer.

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