Economia já exerce menor pressão sobre o consumo de energia

O crescimento sustentado da economia, alterações no perfil de produção da indústria (hoje cada vez mais voltada para a autoprodução), o aumento da produtividade do setor e o aumento das importações estão alterando a relação entre o crescimento econômico do país e a expansão do consumo de energia.

Esta é uma das principais constatações do novo Plano Decenal de Expansão de Energia ? PDE, para o período 2008-2012, divulgado nesta quarta-feira (16), pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE).

De acordo com o estudo, o maior crescimento do Produto Interno Bruto brasileiro (PIB ? soma de todas as riquezas produzidas no país), nos próximos dez anos não significará que o país tenha que aumentar seu consumo de energia acima do previsto.

?O plano capta uma alteração estrutural que está havendo no Brasil extremamente positiva ? com o país do ponto de vista energético se aproximando das economias desenvolvidas. Ou seja: ele consegue crescer precisando de uma expansão não tão grande do consumo de energia?, avaliou o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim.

O executivo lembrou que, no passado, para um crescimento de 1 ponto percentual no PIB eram necessários 2 pontos percentuais no consumo de energia.

?Este percentual caiu para 1,5 ponto percentual, depois para 1,3 e atualmente você se aproxima de 1 ponto percentual ? o que é muito próximo dos países em desenvolvidos?, afirma.

Os dados divulgados pela EPE indicam que, em 2007, o consumo total de energia elétrica no Brasil (consumo da rede mais a autoprodução das empresas) cresceu 5,8%, taxa ligeiramente superior ao crescimento da economia ? de 5,4% segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

?Esse resultado traz implícitos importantes elementos de mudanças estruturais na economia nacional, como o aumento da eficiência no uso da energia em geral ? em que se destaca a autoprodução de eletricidade, em função do maior aproveitamento da energia consumida nos processos industriais ? e no uso de energia elétrica em particular?, afirma o documento.

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