Em 2005, cerca de R$ 180 bilhões, ou 8,4% do PIB brasileiro daquele ano (R$ 2,147 trilhões), foram gerados pela economia informal, segundo mostra o detalhamento dos resultados da economia do País no ano de 2005, apresentado nesta sexta-feira (9) pelo IBGE. A pesquisa mostra também que 58,8% das ocupações no País eram informais naquele ano. No caso do valor do PIB de 2005 sem os impostos (R$ 1,842 trilhão), a economia informal representa 10%.
Segundo disse o coordenador de contas nacionais, Roberto Olinto, outros países da América Latina, como Colômbia e Bolívia, que também têm preocupação com a contabilidade da economia informal, apresentam uma informalidade, em relação ao PIB, similar à brasileira. Em economias mais desenvolvidas, segundo ele, o nível de informalidade é muito baixo, ou em alguns casos não é contabilizado porque não é considerado como relevante. "Esse número (8,4%) acaba com o delírio de muitas afirmações de que a informalidade no PIB é de 30% a 40%", disse.
O gerente de renda e emprego do instituto, João Halak, disse que a informalidade é maior nos segmentos de comércio, construção, alojamento e alimentação. Olinto acrescentou que a participação de ocupações informais no total de ocupações no mercado de trabalho é muito superior ao porcentual da economia informal porque a produtividade dos segmentos informais é muito baixa, ou seja, são usados muito trabalhadores para gerar pouca renda. Além disso, muitos trabalhadores informais estão em empresas registradas formalmente.
Olinto disse que os resultados da economia informal estão sendo apurados com maior detalhamento na nova série do PIB porque "hoje existe uma preocupação internacional maior com a informal" e organismos como as Nações Unidas e a Organização Internacional do Trabalho (OIT) têm manifestado interesse em aprimorar o conceito de economia informal.
Emprego
A participação das ocupações formais no total de ocupações apuradas no PIB do País aumentou de 38,2% em 2000 para 41,2% em 2005, atingindo um número absoluto de 37,4 milhões de ocupações. É a primeira vez que dados do mercado de trabalho são apresentados nas contas nacionais.
O PIB inclui as ocupações, e não o número de ocupados – como é o caso da pesquisa mensal de emprego – porque uma mesma pessoa pode ter mais de uma ocupação, e todas são contabilizadas na pesquisa.
A participação das ocupações sem carteira de trabalho no total caiu de 23,6% em 2000 para 22,6% em 2005 (ou 20,54 milhões de ocupações), enquanto a fatia dos autônomos (também considerados informais e incluindo ocupações por conta própria, empregadores de empresas não registradas ou pessoas sem rendimento) caiu, no período, de 38,3% para 36,2%, atingindo 32,9 milhões em 2005.
No total, 58,8% das ocupações do País eram informais no ano de 2005 e, segundo o gerente de renda e emprego do IBGE, João Halak parte dessas ocupações estão no setor formal da economia, mas não se sabe quanto.