A economia global “ainda está enfrentando severas dificuldades”, disse o ministro da Fazenda, Guido Mantega, em carta enviada ao Comitê Financeiro e Monetário do Fundo Monetário Internacional (FMI), como representante de outros dez países na Diretoria Executiva do Fundo. “Existe um risco de uma crise prolongada, apesar de todos os nossos esforços no G-20 e em outros fóruns internacionais”, declarou Mantega no documento.

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Segundo ele, a decisão coletiva dos países deveria ser estimular a demanda doméstica. “Não haverá recuperação global se todos os países procurarem, ao mesmo tempo, mercados estrangeiros. É nossa demanda interna que compensará os impactos contracionários oriundos dos mercados internacionais.”

No documento, o ministro observou ainda que na economia mundial “não é possível declarar incontestavelmente que o pior já passou” . Ele admitiu que a perspectiva melhorou em relação à última reunião anual do FMI e do Banco Mundial, em outubro passado, em Tóquio. Disse também que os mercados financeiros estão menos voláteis e que a economia dos Estados Unidos está melhorando gradualmente.

Apesar dos progressos, Mantega manifestou “permanecer preocupado com o mix de políticas macroeconômicas na maioria dos países avançados”. Na visão dele, os mercados emergentes estão enfrentando os desafios relativos à “superabundância de liquidez internacional” com medidas saudáveis e pragmáticas, evitando desequilíbrios que poderiam obstruir o dinamismo de suas economias no médio prazo.

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Quanto ao mix de políticas macroeconômicas que o deixam preocupado, Mantega citou que uma política fiscal expansionista pode ser mais eficiente do que a política monetária como uma ferramenta para reaquecer a demanda e a atividade econômica. “Maior investimento público, incluindo em infraestrutura, combinado com políticas para estimular o investimento privado, pode ser a melhor maneira para promover a recuperação.”