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Foto: Arquivo/O Estado

Consumidor e comércio esperam pelo salário.

O pagamento do 13.º salário vai injetar R$ 48,1 bilhões na economia até dezembro, R$ 2,8 bilhões a mais que em 2005, segundo cálculos do economista Márcio Pochmann, pesquisador do Centro de Estudos de Economia Sindical e do Trabalho (Cesit) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). O valor equivale a 2,3% do Produto Interno Bruto (PIB), estimado em R$ 2,1 trilhões, e vai beneficiar todos os trabalhadores com carteira assinada, incluindo empregados domésticos e aposentados e pensionistas da Previdência Social.

Segundo o estudo, haverá crescimento real (descontada a inflação) de 6,2% no valor do chamado abono natalino. Esse número reflete o aumento do salário mínimo e a ampliação do emprego formal no País. Mas essa massa de recursos adicionais não deverá impulsionar de forma significativa as vendas do comércio neste fim de ano. ?Boa parte desse dinheiro deverá ser usado para pagar dívidas?, diz o economista.

Pelos cálculos de Pochmann, 56,6 milhões de trabalhadores, aposentados e pensionistas vão receber 13.º salário este ano, um número 4% maior do que em 2004.

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A maior parte dos recursos será distribuída entre os assalariados com carteira assinada, que devem receber R$ 34,2 bilhões. O pagamento para aposentados e pensionistas deverá atingir R$ 22,4 bilhões.

De acordo com o estudo, R$ 25,3 bilhões devem ser pagos na Região Sudeste, o que corresponde a 52,6% do valor total do 13.º salário. A região sul ficará com 18,3% do total e o nordeste, com 16,8%. Para o centro-oeste e norte, irão 7,5% e 4,8%, respectivamente.

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As empresas têm até 30 de novembro para pagar a primeira parcela do 13.º salário (50%) e o restante até 20 de dezembro. Parte dos R$ 48,1 bilhões estimados para a massa do 13.º deste ano já foi recebida por quem tirou férias. Algumas empresas também adiantam a primeira parcela no meio do ano.

Neste ano, pela primeira vez, o governo antecipou o pagamento de até metade do 13.º salário dos aposentados e pensionistas para este mês. A medida faz parte do acordo fechado entre sindicalistas e o governo no começo do ano, em que foi definido o reajuste de 5% para as aposentadorias acima do salário mínimo (R$ 350). Para a oposição, o pagamento de parte do 13.º um mês antes da eleição é medida eleitoreira.

Para calcular a massa de recursos do 13.º salário, Pochmann levou em conta dados da Relação Anual de Informações Sociais (Rais), Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), além de informações do Ministério da Previdência.

Paraná deve ficar com R$ 2,7 bilhões do bolo total

No Paraná, o pagamento do 13.º salário deve trazer impacto da ordem de R$ 2,7 bilhões à economia local. A estimativa preliminar é do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos, regional Paraná (Dieese-PR), que deve fazer a divulgação oficial sobre o 13.º salário apenas em outubro.

No ano passado, o Dieese estimou a injeção de R$ 46 bilhões na economia brasileira, sendo R$ 2,6 bilhões no Paraná. Para este ano, a expectativa é de R$ 48 bilhões em nível nacional e R$ 2,7 bilhões no Estado – ou seja, crescimento nominal de 5%. ?Este crescimento se deve ao aumento do emprego e ao aumento nominal do salário?, apontou o economista Cid Cordeiro, supervisor técnico do Dieese-PR. Incluindo o emprego informal (sem carteira assinada), o 13.º salário deve injetar R$ 3,15 bilhões na economia paranaense.

Sobre o destino desse salário extra, Cordeiro acredita que apenas uma parte será utilizado na quitação de dívidas. ?A maior parte deve ir mesmo para o consumo?, acredita. Segundo ele, o nível de endividamento do brasileiro é elevado, mas as parcelas já fazem parte do orçamento mensal.

Quem ainda não sabe o que fazer com o 13.º, o economista tem três dicas: ?Para quem está endividado, o ideal é quitar pela ordem de maiores taxas de juros. Outra dica é fazer aplicações, escolhendo a melhor taxa, que atualmente é a da renda fixa?, orientou, acrescentando que é importante comparar as taxas administrativas, que variam entre 2% e 5%, dependendo do banco. Já para quem vai gastar o dinheiro com consumo, Cordeiro orienta pesquisar os preços desde já. O economista acredita que as empresas, em sua esmagadora maioria, farão o pagamento do 13.º salário apenas no limite do prazo: a primeira parcela até o dia 30 de novembro e a segunda até 20 de dezembro. (Lyrian Saiki)