O ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, voltou a afirmar, nesta segunda-feira, 29, a investidores brasileiros e americanos durante seminário sobre infraestrutura em Nova York, que o Brasil passa por um período de “transição e ajuste” em razão de mudanças pelas quais as economias mundial e brasileira estão passando. Segundo ele, as mudanças estão criando a base para uma nova fase de crescimento do País, baseada em mais investimentos e maior produtividade.

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Barbosa atribuiu a fase de transição pela qual passa o Brasil a mudanças climáticas que fazem pressão sobre os preços de energia e às mudanças sociais, com uma classe média cada vez mais sólida, o que aumenta a demanda por qualidade dos serviços públicos. Além disso, acrescentou, mudanças no clima econômico mundial têm afetado o câmbio. “Isso representa certos desafios, mas o governo está controlando plenamente essa situação. Temos espaço político e cambial para lidar com isso”, disse.

O ministro ressaltou que, desde o ano passado, o governo brasileiro tem tomado uma série de medidas “bem sucedidas” e que estão no “caminho certo” para ajustar o cenário macroeconômico. Ele citou como exemplo o reajuste dos preços relativos e no câmbio. “Historicamente, são mudanças que têm tido efeito inflacionário em curto prazo, mas que criam oportunidades de investimentos para empreendedores”, disse, destacando que haverá uma recuperação após esse período.

Subsídios

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Barbosa citou a revisão dos subsídios agrícolas e do Banco Nacional de Desenvolvimento Social e Econômico (BNDES), que, de acordo com ele, “tira pressão” do orçamento. Ele lembrou ainda as recentes mudanças anunciadas pelo Ministério da Educação (MEC) no programa de financiamento estudantil (Fies). “Vamos continuar financiando, mas com a estrutura sustável. Vamos procurar atender os que mais precisam”, disse.

O ministro ressaltou que o governo encaminhou vários projetos ao Congresso que preveem mudanças na política fiscal. Barbosa afirmou que os deputados e senadores têm concordado com o Executivo em relação ao ajuste fiscal na economia brasileira, embora tenha reconhecido que “não necessariamente na mesma intensidade”. Ele citou como exemplo o projeto que modificou as regras de aposentadoria.

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O ministro avaliou ainda que a política monetária tem reagido ao que chama de “surto temporário de inflação”. “Temos conseguido controlar as expectativas de inflação, que têm baixado para anos vindouros”, disse. Ele ressaltou que o mercado financeiro já projeta o IPCA em 4,5% em 2017. “Essa transição macroeconômica é um primeiro passo para recuperar o crescimento da economia. Ela é necessária, apesar dos impactos restritos”, afirmou.