O presidente do Federal Reserve (Fed, o BC americano), Alan Greenspan, disse ontem ao Congresso americano que a economia americana iniciou o ano em um "ritmo respeitável" e que a inflação, mesmo não sendo uma preocupação imediata, é algo que precisa continuar a ser controlada. "Tudo considerado, a economia parece ter entrado em 2005 em um ritmo de expansão razoavelmente bom, com uma inflação e com expectativas de inflação bem fundamentadas", disse Greenspan.
O ritmo da taxa de inflação nos EUA, no entanto, deve dar o tom dos ajustes que o Fed possa vir a realizar em sua taxa de juros, seja acelerando o atual ritmo de 0,25 ponto percentual a cada reunião desde junho de 2004 (em julho e outubro do ano passado e em janeiro deste ano não houve reunião), seja reduzindo-o, acentuou Greenspan.
O presidente do Fed disse que um dos fatores a ser observado é se as empresas irão repassar os custos com aumentos de salários aos preços finais dos produtos. "Os efeitos sobre a inflação serão influenciados pela extensão e pela persistência de reduções em produtividade", explicou.
Depois de crescer 0,7% em dezembro, a produção industrial dos EUA manteve-se sem variação no mês passado, segundo dados divulgados ontem pelo Departamento de Comércio americano. O petróleo e o valor do dólar também são elementos que deverão ter algum efeito sobre os indicadores de inflação, segundo Greenspan.
No dia 2 deste mês, o Fed anunciou a elevação de sua taxa de juros em 0,25 ponto percentual, para 2,5% ao ano. A taxa do banco vem aumentando neste ritmo para controlar a inflação, em razão do reaquecimento da atividade econômica nos EUA.