A economia americana cresceu a uma taxa anualizada de 4,2% no primeiro trimestre deste ano, segundo dados divulgados ontem pelo Departamento de Comércio dos EUA. O crescimento econômico no período foi impulsionado pelos gastos do consumidor e do governo, especialmente na área de defesa. A apuração do PIB leva em conta o total de bens e serviços dentro do país e é o mais importante indicador do desempenho econômico. As preocupações com as condições econômicas dos EUA estão ainda mais em evidência em razão da disputa presidencial nos EUA.
Os gastos do governo cresceram 10,1% no período, contra 0,7% no trimestre anterior. Os gastos com defesa cresceram 15,1% no primeiro trimestre, ante 3% no período anterior.
Os gastos do consumidor cresceram 3,8% na comparação com o resultado do trimestre anterior, que foi de 3,2%. As compras de bens duráveis (como automóveis e eletrodomésticos) caíram 4,7%, forte contraste com a ligeira alta de 0,7% no trimestre anterior. Os gastos com serviços subiram 4,3% na comparação com o trimestre passado, que registrou uma alta de 2,8%.
Alta modesta
O resultado representa uma alta modesta quando comparado ao resultado do último trimestre do ano passado, que foi de 4,1%. Quando comparado com a expectativa dos economistas, que era de uma alta de 5%, o resultado é fraco.
A expectativa para o crescimento econômico no segundo trimestre deste ano deve variar de 4,5% a 5%, de acordo com estimativas dos economistas. Para o segundo semestre de 2004, no entanto, o ritmo deve cair um pouco e o crescimento deverá ser de 4%, um resultado ainda bom, segundo economistas.
Os dados do PIB divulgados ontem são preliminares e terão duas revisões nos próximos meses.
Trabalho
O resultado eleva a expectativa de que o mercado de trabalho, que ainda não entrou no mesmo ritmo da recuperação econômica, continue a crescer nos próximos meses. O Departamento de Trabalho dos EUA divulgou ontem que o número de pedidos de auxílio-desemprego na última semana caiu em 18 mil, sinal de que as demissões estão diminuindo.
Em março, foram criados 308 mil postos de trabalho, maior número em 4 anos. Segundo economistas, no entanto, é preciso que surjam entre 150 mil e 200 mil por mês, em um ritmo sustentável.
Custo
O Departamento de Trabalho dos EUA divulgou ontem o ECI (sigla em inglês para Índice de Custo do Emprego) do primeiro trimestre de 2004, que registrou um aumento de 1,1%.
O número, sazonalmente ajustado, mostra uma aceleração em relação à alta de 0,8% registrada no quarto trimestre de 2003, devido a um modesto aumento nos salários e a uma significativa aceleração no componente relativo a benefícios.
Os analistas de mercado estimavam um ganho de 1% a 1,2% para os custos de compensação a trabalhadores civis.
Deflator
Enquanto o PIB do primeiro trimestre dos EUA divulgado ontem ficou abaixo do esperado, outro dado no mesmo relatório sobre crescimento indicou pressão inflacionária.
O deflator de preços – indicador observado de perto pelo Banco Central norte-americano – teve um aumento de 2,5% no primeiro trimestre deste ano, em relação ao 1,5% registrado no quarto trimestre de 2003.
O número ficou acima do esperado pelos analistas (entre 2,0% e 2,4%) e foi a taxa mais alta desde o segundo trimestre de 2001.
