O planejado pacote de ajuda do governo da Itália ao Banca Monte dei Paschi di Siena requer um cuidadoso escrutínio para garantir que o banco possa garantir uma perspectiva positiva no longo prazo, sem o desrespeito às regras da União Europeia sobre ajuda estatal, afirmou Jens Weidmann, membro do conselho do Banco Central Europeu (BCE). “Para as medidas planejadas pelo governo italiano, o banco precisa estar economicamente saudável em seu núcleo”, comentou Weidmann em entrevista ao tabloide alemão Bild.

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“O dinheiro não pode ser usado para cobrir perdas já esperadas”, apontou Weidmann, que também é presidente do Banco Central da Alemanha, o Bundesbank. A íntegra da entrevista da autoridade sairá apenas na terça-feira, mas o Bild adiantou trechos. Weidmann disse que, entre os critérios para qualquer ajuda, é necessário evitar “o risco de uma turbulência econômica severa”. “Tudo isso precisa ser cuidadosamente examinado”, disse Weidmann.

Na sexta-feira, o governo italiano anunciou um plano para resgatar o Monte dei Paschi com o uso do dinheiro do contribuinte. A Itália dependerá de uma brecha para evitar que sejam prejudicados os detentores de pequenos bônus em seu terceiro maior banco – o Monte dei Paschi tem bilhões de euros em empréstimos inadimplentes. O caso pode gerar questionamentos sobre a eficácia das novas regras bancárias da UE. O resgate ainda não recebeu a aprovação formal da UE, que definiu a ajuda estatal como um último recurso para ajudar bancos em dificuldade.

Weidmann disse que as regras buscam proteger o contribuinte em particular e manter a responsabilidade dos investidores. Segundo ele, a ajuda do governo deve ser uma estratégia de último caso.

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O presidente do Bundesbank também disse ao jornal que o BCE deveria apertar sua política monetária assim que a inflação atingir trajetória sustentável na direção da meta de quase 2% da instituição. O BCE prevê que esse patamar seja atingido na zona do euro no máximo em 2019. Segundo Weidmann, os preços ao consumidor em geral demoram a reagir a mudanças na política monetária, por isso o aperto deve começar mais cedo. “As taxas de juros zero não são uma condição permanente”, afirmou. Fonte: Dow Jones Newswires.