O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse hoje que não vê motivos para rever a previsão de crescimento da economia neste ano, que está em 2% do Produto Interno Bruto (PIB). “Nós achamos possível ter um crescimento de 2% do PIB”, afirmou em entrevista coletiva para divulgação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2010.
Mantega, no entanto, lembrou que, a cada dois meses, o governo precisa enviar um relatório com receitas e despesas ao Congresso Nacional, momento em que pode fazer essa revisão. Ele afirmou que está havendo uma recuperação, embora “incipiente”, da arrecadação. Segundo o ministro, esse movimento já foi sentido em março, e abril será melhor que o mês passado, o que é um bom termômetro da atividade econômica.
Ao ser questionado se não houve demora do governo para reduzir a meta de superávit primário de 2009 e sinalizar ao mercado a disposição de fazer medidas anticíclicas, Mantega disse que o governo já vem adotando essas medidas há algum tempo e que a demora na revisão da meta não causa prejuízo à política anticíclica.
“Tudo que tínhamos que fazer nós fizemos”, disse. “Só agora que definimos a trajetória de 2010 é que temos mais certeza do que vamos fazer em 2009”, esclareceu. A meta do superávit primário, economia realizada pelo governo para o pagamento de juros da dívida pública, foi reduzida hoje para 2,5% do PIB em 2009 e 3,3% em 2010.
Sobre o fato de ele ter negado esta manhã, para deputados, que haveria redução da meta de superávit para este ano, o ministro foi irônico: “Não disse que não teria (redução). Disse que precisava conversar com o ministro Paulo Bernardo (Planejamento), que é quem corta. Ele é que é o mau”.
2010
Mantega disse ainda que é factível um crescimento maior da economia brasileira no ano que vem. Segundo ele, as iniciativas tomadas pelo governo começarão a fazer efeito, impulsionando a atividade econômica, sobretudo no segundo semestre deste ano, levando a economia para um patamar mais acelerado de crescimento em 2010.
O ministro já enxerga sinais de recuperação da economia brasileira e mencionou, na entrevista coletiva à imprensa, avaliações de que no quarto trimestre de 2009 a economia norte-americana já estará crescendo, o que favorece o desempenho do Brasil e do mundo.