E o dólar continua em queda livre

São Paulo – Os ativos brasileiros voltaram a se valorizar ontem. O dólar comercial fechou em queda de 1,69%, cotado a R$ 2,910 na compra e R$ 2,915 na venda. É o menor valor desde 23 de julho do ano passado, quando a moeda fechou em R$ 2,906. O pregão viva-voz da Bovespa fechou em alta de 1,86%, com o Ibovespa em 12.695 pontos e volume financeiro de R$ 836,8 milhões.

Apesar de o mercado reagir de forma negativa à operação de rolagem de swap cambial, os investidores ficaram animados com o resultado da emissão de US$ 1 bilhão em bônus soberanos, já que o negócio abre espaço para que o Brasil faça novas captações com prazos mais longos e taxas mais baixas. Foi a primeira vez que o Brasil lançou bônus no mercado internacional em um ano. “Um lançamento de bônus é sempre vindo e abre portas para outros negócios”, afirmou João Medeiros, da Corretora Pioneer.

O cenário político também anima. Investidores aguardam o envio das propostas de reforma da Previdência e do sistema tributário ao Congresso nos próximos dias. Mas o destaque fica com o “trabalho doméstico” do governo com parte da bancada do PT que se mostra contrária às reformas. A cúpula do Planalto citou que “radicais” podem ser expulsos do PT.

Outro motivo de bom humor é a perspectiva inflacionária para as próximas semanas. Além dos indicadores mais fracos nos últimos dias, a queda dos combustíveis vai ampliar a tendência de enfraquecimento da alta dos preços, dizem os operadores, já nos indicadores de maio.

Além de todo este quadro, o Brasil pode sacar mais US$ 10 bilhões no FMI, em junho. Acontece que a missão técnica do FMI desembarca no Brasil na próxima semana para fazer a terceira avaliação do acordo de US$ 30 bilhões firmado com o governo brasileiro no final do ano passado. Se as contas do país apresentadas pela equipe do fundo forem aprovadas pela diretoria do organismo, o Brasil terá direito a sacar mais, US$ 10 bilhões em junho. O secretário do Tesouro Nacional, Joaquim Levy, afirmou que não há um decisão do governo em relação ao saque, mas não descartou essa possibilidade.

Um dos assuntos na pauta de conversas do governo brasileiro com a missão do fundo será o mecanismo anticíclico que está sendo avaliado pela equipe econômica e pode ser implantado no Brasil a partir de 2005. Por esse mecanismo, o Brasil poderá fazer superávits primários menores quando estiver apresentando um crescimento econômico menor. Nos períodos de crescimento maior, a idéia é promover saldos positivos ainda maiores nas contas públicas.

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