A aprovação da reforma da Previdência é importante para tentar solucionar a desproporção que há entre as regras de aposentadoria para trabalhadores do setor público e do setor privado, afirmou o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, nesta quinta-feira, 24. “Temos um problema financeiro grave, mas temos problemas sérios de coerência dentro do sistema. Alguns são mais beneficiados do que outros, e são exatamente esses (beneficiados) que mais resistem (à reforma)”, disse Dyogo, em entrevista à jornalista Miriam Leitão, na GloboNews.
O ministro lembrou que o déficit do INSS este ano deve ficar em R$ 185 bilhões, mas esse rombo corresponde a um universo de 30 milhões de segurados. Enquanto isso, no setor público, o déficit de R$ 75 bilhões atende apenas 1 milhão de aposentados e pensionistas. “É uma desproporção muito grande que vem de uma série de regras que permitem que servidor público se aposente mais cedo, ganhando mais e contribuindo proporcionalmente menos.”
Dyogo defendeu que a reforma da Previdência é uma necessidade premente do País, e que as mudanças nas regras não visam a prejudicar os aposentados, mas sim para garantir o pagamento dos benefícios agora e no futuro. “A Previdência está crescendo de uma maneira que está engolindo as outras coisas. Só do ano passado para este ano, o gasto cresceu R$ 50 bilhões, duas vezes o investimento do governo neste ano. Para o ano que vem, aumenta mais R$ 40 bilhões na nossa projeção”, disse.
O ministro explicou ainda que o governo quer evitar a sobreposição de discussões das reformas da Previdência dos civis e dos militares. É por isso que a proposta que atingirá os militares ainda não foi encaminhada ao Congresso Nacional. “A discussão é séria, temos tidos contínuas reuniões, e a proposta vai avançar”, garantiu.
Os militares também ficaram de fora da proposta do governo de adiar a concessão de reajustes salariais de 2018 para 2019. Segundo Dyogo, a classe foi excluída dessa iniciativa porque ganham menos do que os demais servidores e tiveram reajustes menores nos últimos anos. “Outra questão é que discutimos uma reforma de Previdência com militares que envolve remuneração. Os militares aceitam discutir Previdência em troca de melhora da remuneração”, disse o ministro.