O secretário-executivo adjunto do Ministério da Fazenda, Dyogo Oliveira, disse, nesta quarta-feira, 14, que há uma parte do mercado financeiro que não está ainda resolvido. Ele, que fez a abertura da Conferência Cetip Renda Fixa – Experiência Internacional Aplicada ao Brasil, se refere aos investimentos, em especial os de longo prazo.

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“Temos tentado resolver isso com o redirecionamento do crédito”, disse o secretário. Ele rebateu as críticas de parte do mercado a essa prática sob a alegação de que o redirecionamento do crédito causa distorções na economia. “Não concordo que esse instrumento prejudica o sistema econômico. A ordem de causalidade é inversa”, rebateu Oliveira. “Mas precisamos ajustar esses investimentos e temos discutido com os agentes até que ponto o redirecionamento da poupança é eficaz para levar investimentos de 15% a 18% (do PIB) ao mercado imobiliário”, contou o secretário.

De acordo com ele, a resposta “que temos para os investimentos de longo prazo é que temos de discutir”, afirmou, acrescentando que para isso é preciso mais participação do setor financeiro privado. Dyogo lembrou que no quarto trimestre de 2012 o montante de investimento privado de longo prazo era de R$ 719 bilhões, sendo 56% de recursos próprios. “Por outro lado, temos um mercado financeiro que conta com R$ 6,7 trilhões em ativos. Temos no Brasil recursos para alavancar o financiamento sem sobressaltos”, observou.

O que falta, de acordo com Oliveira, são instrumentos adequados e com taxas de remuneração atraentes. “Nosso mercado financeiro tem boa estrutura tecnológica e uma boa infraestrutura. O que falta são produtos e quebrar alguns ciclos que se criaram em nosso sistema econômico”, disse. (

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