A gasolina está mais barata em Curitiba e Região Metropolitana. Ao invés do aumento previsto por algumas distribuidoras por causa da elevação do álcool anidro (que representa 25% da composição da gasolina C), o preço baixou no último sábado para menos de R$ 2 na maioria dos postos. Segundo o Sindicombustíveis/PR (Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis do Paraná), a queda foi motivada pela prática de dumping de algumas distribuidoras.
De acordo com o sindicato, os preços agora variam de R$ 1,91 a R$ 2,17, porém em mais da metade dos 600 postos da Grande Curitiba, o litro custa R$ 1,99 ou menos. Na rua João Dembinski, no Campo Comprido, por exemplo, um posto da bandeira BR e outro da Ipiranga comercializavam a gasolina a R$ 1,92. Na semana passada, o valor médio era R$ 2,055, conforme pesquisa da ANP (Agência Nacional de Petróleo).
“As distribuidoras obrigam o dono do posto a praticar preços absurdos e trabalhar sem margem. Elas ganham no volume e conseguem desovar o produto estocado”, comenta Marcelo Karam, diretor regional do Sindicombustíveis/PR em Curitiba. Se o proprietário do posto não concorda com a redução, a distribuidora eleva bastante o custo, explica. “Depois de um tempo, quando o dono do posto é obrigado a subir o preço, senão quebra, o ônus é sempre dos postos, que são acusados de aumento abusivo e formação de cartel”. Uma das razões para o dumping seria a queda no movimento dos postos em janeiro, por causa das férias escolares.
O preço médio de venda da gasolina das distribuidoras para os postos na semana passada era R$ 1,94, sendo que somente o valor médio pago na refinaria gira em torno de R$ 1,85. “Cade as margens do posto, da distribuidora e o frete?”, questiona Karam. O posto que vende a R$ 1,92 tem uma margem de R$ 0,07, quando a planilha pede R$ 0,28 a R$ 0,30. “Se ele vender 200 mil litros por mês, vai ganhar R$ 14 mil. Isso não cobre as despesas”, cita. “Prefiro parar de vender porque o prejuízo é menor”.
O Sindicombustíveis/PR não descarta denunciar o dumping aos órgãos competentes. Se os postos seguissem a planilha de custos, o preço real de venda seria R$ 2,24. Confirmando-se a redução do percentual de álcool na gasolina para 20%, esse valor pode subir mais 2 ou 3% (cerca de R$ 0,10).