economia

Draghi minimiza impacto de juros negativos no setor bancário da zona do euro

O presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi, admitiu hoje estar ciente de que a adoção de taxas de juros negativas tem consequências para os bancos da zona do euro, mas avaliou que a capacidade de conceder empréstimos do setor não foi afetada.

Segundo Draghi, que falou em coletiva de imprensa, a transmissão da política monetária do BCE para a economia nunca foi mais eficiente do que no presente e a aversão ao risco já não afeta mais os empréstimos. Para o chefe do BCE, é a competição entre bancos que determina o ritmo de concessão de crédito.

Os juros baixos não podem ser usados como “justificativa de tudo que está dando errado com os bancos hoje”, disse Draghi, argumentando que as taxas precisam continuar reduzidas para que a recuperação econômica tenha continuidade, o que, eventualmente, contribuirá para os balanços dos bancos.

Draghi também descartou a avaliação de que juros negativos possam causar “represamento de recursos”, com o argumento de que não há evidências concretas de que isso esteja acontecendo.

Mais cedo, o BCE decidiu manter suas principais taxas de juros inalteradas, após reunião de política monetária. Enquanto a taxa de refinanciamento permaneceu em 0%, a de depósitos continuou em -0,4%.

Draghi comentou ainda que a “fragmentação” no crédito acabou e que os empréstimos estão crescendo de forma consistente.

Em outra parte da coletiva, Draghi disse que o BCE não discutiu medidas alternativas de estímulos na reunião de hoje, como compras de ações ou o uso de “dinheiro de helicóptero”, que envolveria o financiamento direto de gastos públicos por uma autoridade monetária. “O catalisador da recuperação (econômica da zona do euro) continua sendo a política monetária acomodatícia”, ressaltou.

Draghi também avaliou que os estímulos monetários do BCE ajudaram a compensar choques de outras partes do mundo, incluindo a decisão do Reino Unido de votar por sua saída da União Europeia (o chamado “Brexit”), em plebiscito realizado no fim de junho. Com informações da Dow Jones Newswires.

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