O presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Dragui, disse nesta quinta-feira que o crescimento do PIB da zona do euro no segundo trimestre deste ano, após seis trimestres de contração, se deve em parte a efeitos transitórios relacionados com condições climáticas no primeiro semestre deste ano. Já no começo desse segundo semestre, indicadores de confiança continuaram melhorando, confirmando as previsões de uma recuperação gradual da atividade econômica.
“No restante deste ano e em 2014, em linha com nosso cenário base, a produção deve se recuperar em um ritmo lento, em especial devido à melhora gradual na demanda doméstica, que é apoiada pela política monetária acomodatícia”, afirmou Draghi, segundo a íntegra do seu discurso divulgada pelo website do BCE. Ele disse ainda que a economia deve se beneficiar também de um fortalecimento gradual da demanda externa.
Segundo Draghi, as melhoras observadas nos mercados financeiros nos últimos meses parecem estar se transmitindo para a economia real, assim como o progresso na consolidação fiscal de alguns países da zona do euro. Enquanto isso, a renda real dos trabalhadores melhorou em função da baixa inflação no bloco. “Dito isso, o desemprego na zona do euro continua elevado e os necessários ajustes nos balanços patrimoniais nos setores público e privado vão continuar a pesar sobre a atividade econômica”.
O presidente do BCE afirmou que a equipe da instituição prevê uma retração de 0,4% no PIB deste ano e um crescimento de 1,0% em 2014. Ante as projeções de junho, a previsão para este ano foi revisada para cima em 0,2 ponto porcentual, enquanto a estimativa para o próximo ano foi cortada em 0,1 ponto porcentual.
Na opinião de Draghi, os riscos para as projeções do BCE continuam sendo de baixa. Ele apontou que recentes desdobramentos nos mercados monetários e financeiros globais podem ter potencial para afetar negativamente as condições econômicas. Outros riscos de baixa incluem o aumento nos preços das commodities, no contexto de renovadores temores geopolíticos, e uma demanda global abaixo do esperado, além de uma implementação lenta e insuficiente das reformas estruturais em determinados países da zona do euro.