O presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, afirmou que, pelo mandato da instituição, não se estipula nenhuma meta para a taxa de câmbio. Tratou-se de uma resposta à alegação do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de que os comentários feitos pelo italiano mais cedo, sobre o BCE estudar novos estímulos monetários nas próximas semanas, tornavam “injustamente” mais fácil para a zona do euro competir com os EUA ao pressionar o euro contra o dólar.

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Em suas críticas via Twitter, Trump também associou os efeitos do anúncio de Draghi à China, a quem o republicano sempre acusa de manipulação cambial.

Antes da resposta ao mandatário americano, Draghi pediu, enquanto participava de um painel no fórum anual do BCE na cidade de Sintra, em Portugal, para explicar em detalhe os comentários de mais cedo. Ao fazê-lo, disse que a incerteza prolongada com os movimentos ao redor do mundo que colocam o multilateralismo em xeque não é mais apenas um risco, mas, sim, “a materialização de um risco”.

Igualmente, os ajustes nas ferramentas de política monetária que ele prometeu avaliar “nas próximas semanas” não se darão, como o BCE comunicava antes, apenas “se as contingências adversas se materializarem”, mas, sim, “em uma ausência de melhora que ameace o retorno sustentado da inflação à meta” de “perto, mas abaixo de” 2%.

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Sobre a recuperação de um crescimento econômico na zona do euro e do efeito negativo tido como “temporário” de fatores externos, o italiano apontou que a recuperação ocorreu, mas ficou “mais baixa que o esperado”, e que o caráter “temporário” dos fatores negativos se mostrou “mais longo que o esperado”.

Draghi voltou a apontar para uma “desconexão” entre os dados de levantamentos sobre as expectativas para a inflação e as expectativas de mercado. Ao fim da sua explicação, o presidente do BCE assegurou: “Usaremos toda a flexibilidade do nosso mandato para cumprir o nosso mandato.”

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