Até mesmo o clima de Curitiba parece ter sido avisado sobre o início do horário de verão. Passada a primeira semana da mudança nos ponteiros dos relógios, o movimento em bares e restaurantes já aumentou, comprovando o que o setor já reconhece há vários anos, além de boa música e cardápio variado, o restinho de dia ao fim do expediente é um fator irresistível à boemia.
De acordo com o presidente executivo da regional Paraná da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel-PR), Luciano Bartolomeu, o faturamento do setor durante o horário de verão aumenta entre 8% e 12%.
“A mudança no horário parece avisar a população sobre o final de ano e junto às confraternizações tradicionais, as pessoas ficam mais dispostas a aceitarem convites para um happy hour e, depois que chegam, ampliam sua permanência nos locais”, atesta. Para dar conta do movimento, a associação calcula que entre outubro e dezembro aumentarão em 20% as vagas de temporários.
O especialista em marketing estratégico e coordenador dos cursos de pós-graduação em Marketing e em Gestão de Comunicação Organizacional da FAE Business School, Douglas Zela, confirma que toda essa euforia por parte das pessoas tem de fato relação “com o horário e o verão”.
“Tudo isso está relacionado a máxima de que comprar dá prazer e consumir algo que é gostoso supre o desejo e não só a necessidade”, destaca. É esse prazer que, segundo o especialista, faz a maioria das pessoas preferir o verão ao inverno para tirar férias. Também é isso que contribui significativamente para o aumento da circulação de pessoas pela cidade, após o trabalho, nesta época do ano.
Para Zela, esse desejo que movimenta a economia neste período, porém, os dois lados dessa história devem estar atentos aos desafios e oportunidades. “Aos consumidores recomendo cautela, pois o período está mais propício às compras por impulso e, janeiro, é o mês tradicional de pagar a conta. Já aos empresários, de qualquer setor, indico que revejam seus horários de funcionamento e os ampliem ao menos em meia hora, garanto que ninguém irá se arrepender, pois a vida não passa somente pelos bares, as pessoas querem aproveitar essa empurrada de uma hora antes do dia terminar para irem aos salões de beleza, às costureiras, até mesmo aos pet shops e se renderem a alguns delitos de consumo que, se forem moderados, não vão pesar no bolso e deixarão todos satisfeitos”, orienta.
Disposição para o happy hour
Fabio Alexandre |
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Diego e Ricardo: “Curtir o dia”. |
Os advogados Diego Mialski Fontana e Ricardo Thuronyi comprovam o que os analistas já detectaram. “No escritório estávamos comentando isso, no horário de verão dá um gás a mais na disposição em sair do trabalho e ir aproveitar a vida”, teoriza Diego.
O colega de profissão, Ricardo, revela que até então, vinha permanecendo no trabalho até 20h. “O clima e o dia mais claro são incentivos de sobra para produzirmos mais durante o expediente a fim de que às 18h já estejamos liberados para curtir o restante do dia”, afirma Ricardo.
O proprietário do Basset, João Francisco Raposo Jr., já nota a volúpia desses dias de horário novo. “Tenho uma equipe de cinco pessoas e estou precisando de três ou quatro pessoas a mais para dar conta do movimento. Quem quiser trabalhar, basta me procurar”, anuncia.